Com a finalidade de sintetizar todas as escutas realizadas com os mais diversos
grupos das nove (arqui)dioceses e prelazias do Amazonas e de
Roraima, o Regional Norte 1 da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou entre
os dias 30 de novembro e 2 de dezembro, em Manaus, uma assembleia territorial pré-sinodal
para apresentar a síntese realizada a partir dos 34 relatórios de escutas enviados à equipe de trabalho, onde
foram destacados alguns elementos como a valorização dos povos indígenas, a
questão da cultura, do saber tradicional, do cuidado com a natureza, com a Casa
Comum e expressões culturais.
Por meio de uma carta, o Cardeal Lorenzo Baldisseri,
secretário geral do sínodo dos bispos, deixou uma mensagem motivadora para este
trabalho que, segundo ele, ajuda todo o território da Amazônia a participar ativamente da preparação do
sínodo para a Amazônia que vai ocorrer em outubro de 2019, tendo como objetivo
a evangelização dos povos dos territórios amazônicos, com especial atenção aos
povos indígenas. Nesta, afirmou que tudo o que for levantado, fruto do trabalho e
discernimento das escutas serão muito úteis para toda a Região Amazônica,
iniciativa esta que confirma ser esta uma igreja sinodal, ou seja uma igreja
participativa e corresponsável.
Toda a escuta foi realizada utilizando o método VER, DISCERNIR
E AGIR, e enviada à comissão por meio de relatórios, totalizando 34 (até o
momento da assembleia territorial) sendo dez de comunidades e paróquias, cinco
de povos indígenas, nove de organizações pastorais regionais, nove das igrejas
locais e um da assembleia do Regional Norte 1 ocorrida em setembro deste ano. O
trabalho de síntese dos pontos destacados por cada participante desse processo foi
realizado pela equipe formada por Pe. Zenildo Lima, Ir. Rose Bertoldo e Pe.
Luiz Modino, que apresentaram o resultado para avaliação e inserção de algum
ponto muito relevante. Todo o conteúdo será levado para um grande trabalho de
síntese nacional, no mês de dezembro, tendo como porta-voz padre Zenildo Lima. Depois desta etapa, haverá a construção do Instrumentum Laboris, que norteará os
trabalhos do sínodo que vai ocorrer no Vaticano, em outubro de 2019, com a
presença dos bispos que atuam na Amazônia.
“A nossa atitude foi
de acolher as propostas vindas das nossas (arqui)dioceses e prelazias que nos motivaram
a fazer grupos e a propor acréscimos. Queremos que as propostas aqui oficializadas sejam encaminhadas para um novo
ciclo de análise que vai servir de material para a elaboração do instrumento de
trabalho, um novo texto que vai ajudar os bispos na realização do sínodo em
outubro do próximo ano. Quero agradecer a todas as comunidades, paróquias e
áreas missionárias, dioceses e prelazias, todos que participaram desse processo
que continua para o bem da Amazônia, em uma ecologia integral, no cuidado com a
criação, sobretudo com as comunidades e povos originários e todas as pessoas que
residem nesta belíssima e grande região que compreende também oito países”,
destacou Dom Mario Antonio da Silva, Bispo de Roraima e Presidente do Regional
Norte I da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Segundo Dom Mário Antônio, em todo o processo de preparação
houve a intenção de buscar novos caminhos de evangelização para a nossa Igreja.
“Sabemos que o caminho é a comunidade, é o bem de família, e ao mesmo tempo
vida em abundância para todos. Vivemos em tempos difíceis de muitos desafios e
também de possíveis ameaças a nível nacional e estadual, por isso queremos que
o processo do sínodo seja um despertar e reanimar para que possamos não ficar
anestesiados diante de possíveis ameaças para a vida humana, da Amazônia e do
nosso planeta. Que sigamos unidos como mensageiros da esperança, com a alegria de que o reino de Deus está no meio de nós e
nos fortalece na luta pela justiça e na construção de uma cultura de paz”,
enfatizou Dom Mário.
Ao final, como de costume, foi escrita uma carta em que se destacou ser o Sínodo um tempo de graça, um kairós, que convoca todos a elevar as vozes e dar as mãos e seguir; sendo um processo que gera possibilidades, promove a escuta e uma ferramenta que ajuda a recolher as vozes proféticas dos povos da Amazônia, reconhecendo o papel da mulher, em uma sociedade dominada pelo mercado, pelos grandes projetos, com propostas perversas.
“Sonhamos com uma Igreja ousada, dialogal, inclusiva, pobre, solidária,
mística, em saída. Uma Igreja que quer se expressar em uma liturgia e
sacramentos inculturados, que assimila as culturas, dá valor à religiosidade
popular e mariana, promove o diálogo inter-religioso, desde a escuta e a
teologia indígena. Uma Igreja profética, que promove novos paradigmas de
comunicação, com pauta nos povos da Amazônia, que atua em rede e busca
repercutir a vida da região”.
Confira na íntegra a carta
escrita pelos participantes desta assembleia territorial pré-sinodal.
É sério isso ? Não é primeiro de abril? Halloween ?
ResponderExcluirÉ sério isso ? Não é primeiro de abril? Hallowen ?
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