Caritas Regional Norte 1 celebrava na quinta e sexta-feira, 25
e 26 de março, sua assembleia, que em consequência da pandemia teve formato
virtual. Com representação de todas as Igrejas particulares que tem Caritas,
foram dias de avaliação, estudo e programação do caminho que vai guiar o
trabalho socio caritativo da Igreja do Regional ao longo de 2021.
Após as apresentações dos participantes e a oração inicial,
inspirada nas palavras do cardeal José Tolentino de Mendonça, Marcela Vieira, ajudava
os participantes a entender o que é o PMAS (Planejamento, Monitoramento, Avaliação
e Sistematização), que pode ser definido como um “conjunto de procedimentos e
instrumentos que auxiliam na gestão integrada dos processos, que orientam a
prática realizada pela Rede Caritas no país”. A Assessora Nacional da Caritas
Brasileira explicava os componentes dos Sistemas PMAS e os desafios do processo
PMAS, que dividia em 9 pontos.
A assembleia é um momento que “acontece no início do ano
para avaliar o ano anterior e planejar o que se inicia, no meio do ano faz-se o
monitoramento no intuito de averiguar as atividades previstas”, segundo Márcia
Maria de Souza Miranda. A Articuladora Regional da Caritas afirma que “estas
ações tem sua significância e importância para toda Rede Caritas, funciona como
um ponto de partida para todas as ações, ajuda na execução das atividades,
focando no que realmente importa que são os resultados propostos, além de
auxiliar na compreensão das mudanças que podem surgir ao longo do caminho e a
identificar oportunidades de melhoria para o serviço”.
Segundo Márcia Maria, “o exercício do PMAS, permite reunir
esforços que acontecem nas bases, ou seja, dioceses e prelazias, são momentos
de olhar para o que foi planejado, o que foi feito e o que precisa ser
melhorado”. Para a Articuladora do Regional Norte 1, “nesse processo adquire-se
o equilíbrio adequado, as entidades membro, acabam enxergando com maior grau de
eficiência, eficácia o grande número de atividades realizadas previstas e
outras não previstas, mas que foram adequadas a um plano de trabalho”.
Não podemos esquecer que os encontros permitem momentos de
conhecimento das ações que cada Caritas desenvolve, a partilha do que deu certo
e do que precisou ser ajustado, bem como o encontro e reencontro dos atores
envolvidos nas ações, elementos nos quais insiste a Articuladora Regional. Ela destacava
a importância das análises de conjuntura, algo que esteve muito presente na
Assembleia deste ano, marcado profundamente pela pandemia, que tem determinado
o jeito de ser Caritas nas dioceses e prelazias do Regional Norte 1.
Todos os presentes destacavam que tem sido e está sendo um tempo para cuidar da vida, onde muitas pessoas, muitos deles voluntários, estão realizando um trabalho que permite ajudar e chegar onde o poder público não chega. Além do enfrentamento da pandemia, especialmente o Projeto Ajuri e outros similares, que tem marcado o trabalho da Caritas, também tem sido realizadas outras ações que buscam a geração de renda, feiras solidarias, formação de novos agentes ou o trabalho com migrantes, uma realidade muito presente no Regional Norte 1.
Francisco Lima destacava que a realidade atual “é fruto de todo um processo que nós vivemos desde o nível mundial ao nível local”. O Secretário Executivo do Regional Norte 1, destacava a importância da conjuntura política e de se questionar sobre as políticas públicas nos municípios. Segundo ele, “o contexto político interfere na atuação como Caritas”, enfatizando os “desafios surgidos da falta de políticas públicas”. Isso se manifesta, segundo Francisco Lima na realidade do sistema de saúde que não funcionou nos últimos meses, algo que se manifestou na falta de oxigênio, a falta de estrutura nos hospitais, em definitiva a falta de políticas públicas.
Diante dessa realidade, “a Caritas age”, destacava o Secretário
Executivo do Regional Norte 1 da CNBB, e o faz em diferentes realidades:
grandes e pequenas cidades, ribeirinhos, indígenas, que requerem diferentes
ações, segundo Francisco Lima. Falando sobre a pandemia, que no Regional tem
números assustadores, mesmo sabendo que nem todos foram recolhidos pelas agências
de saúde, como mostram os informes da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM). Ele afirmava
que “não são só números, são pessoas”, e refletia sobre a questão das vacinas,
que muitos municípios do interior do Estado do Amazonas ainda não recolheram em
Manaus.
Estamos diante de uma pandemia que ainda não acabou, segundo
Francisco Lima, que ainda vai precisar ser enfrentada com muitos projetos, “seguir
sendo esse braço fraterno da Igreja na Amazônia”. Para isso tem sido planejadas
as atividades que serão realizadas no ano 2021, um trabalho que contou com a
assessoria de Jaime Conrado, assessor nacional da Caritas brasileira e
coordenador do projeto Ajuri. Não podemos esquecer, algo que foi enfatizado,
que além desse planejamento em nível nacional, também tem aquele que é feito
nas dioceses e prelazias, assim como nas paróquias, áreas missionárias e
comunidades.
Desta forma, “a Caridade organizada é o diferencial nas
ações da igreja”, segundo Márcia Maria de Souza Miranda. Ela desataca que “não
se faz um trabalho solidário de qualquer jeito ou de forma aleatória, se
lidamos com vidas e se queremos atingir o objetivo da Caritas: Testemunhar e
anunciar o Evangelho de Jesus Cristo, defendendo e promovendo toda forma de
vida e participando da construção solidária da sociedade do Bem Viver, sinal do
Reino de Deus, junto com as pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão
social". É por isso, que a Articuladora Regional Norte 1 insiste em que “se faz necessário parar, refletir sobre o que está sendo
feito, fazer as correções possíveis e seguir na perspectiva de bons resultados”.
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