quarta-feira, 31 de março de 2021

“Nenhum católico, nenhuma católica pode dizer eu vou ficar longe dos pobres”, afirma Dom Ionilton na Missa dos Santos Óleos


A Prelazia de Itacoatiara celebrava na noite desta terça-feira, 30 de março, a Missa dos Santos Óleos, onde foram abençoados os óleos que serão usados nos sacramentos ao longo do ano, como lembrava ao povo da prelazia seu bispo, Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira.

Segundo o bispo, essa missa também é conhecida como Missa da Unidade, onde “os padres são convidados a virem participar para fazer essa unidade, essa comunhão com seu bispo e nesta celebração os padres também renovam aquelas suas promessas feitas no dia da ordenação”. Dom José Ionilton lembrava que “a unidade que é feita entre o clero e o bispo, se amplia com a vida consagrada e com os leigos e leigas, que também participam da celebração e que também fazem parte da Igreja”.

Em suas palavras na homilia, o Bispo de Itacoatiara refletia sobre a opção pelos pobres, algo que esteve presente no encontro do clero que aconteceu durante a terça-feira. Seguindo aquilo que o Papa Francisco diz no número 201 da Evangelii Gaudium, onde ele afirma que “ninguém deveria dizer que se mantem longe dos pobres porque as suas opções de vida precisam prestar mais atenção a outras incumbências”, Dom José Ionilton destacava que “a liderança da nossa Igreja afirma categoricamente que ninguém de nós que seguimos a Jesus e somos católicos e católicas poderá dizer que da opção pelos pobres, eu não gosto”.



Dom José Ionilton, seguindo as palavras do Papa Francisco, deixava claro que “nenhum católico, nenhuma católica pode dizer eu vou ficar longe dos pobres, porque eu não gosto dos pobres”, insistindo em que “ninguém pode se sentir exonerado da preocupação pelos pobres e pela justiça social”. Por isso, “todos nós, católicos e católicas temos que fazer opção preferencial, evangélica, pelos pobres e pela justiça social”.

A missão de Jesus “é a nossa, não tem outro”, afirmava o Bispo de Itacoatiara. Trata-se de agir diante dos irmãos que passam por situações difíceis na vida, de sobrevivência, afirmando que “nós não podemos não podemos relativizar a opção pelos pobres desviando a atenção”. Ele afirmava que para ser cristão, “nós temos que fazer a mesma coisa que Jesus fez”.  




O texto de Isaias e do Evangelho de Lucas, presentes na liturgia da Missa dos Santos Óleos, reforçado no Concílio Vaticano II, nas Conferência da América Latina e do Caribe, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, levava o bispo a pedir que “a opção preferencial evangélica pelos pobres não seja causa de divisão entre nós, que ninguém acuse ninguém na Igreja de estar com ideologia, seguindo princípios contrários à doutrina cristã porque faz opção evangélica preferencial pelos pobres”. Ele fazia um chamado a que a Palavra de Deus “nos desinstale, nos provoque, nos ajude a refletir, pensar, a ver, rever a minha vida, como é que eu faço, como é que eu ajo, como é que eu me relaciono com os pobres”.

O bispo chamava a se perguntar pela reação diante de quem está passando fome por causa da pandemia, onde não caberá o discurso hipócrita, falso de quem nunca passou necessidade na vida. Um chamado ao compromisso com essas pessoas e a se comprometer para “criar uma sociedade mais justa, mais humana, mais fraterna, mais igualitária, um mundo de Deus”. Também um chamado como prelazia a não ser uma Igreja isolada, que escuta o que diz o Papa. Finalmente, seguindo as palavras de São João Paulo II, destacava a importância do testemunho, que “é a melhor forma de evangelizar, a primeira e insubstituível forma de missão”.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1


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