A Diocese de Roraima celebrava na terça-feira, 30 de março,
a Missa dos Santos Óleos, a Missa da Unidade. Na ocasião, o bispo diocesano,
Dom Mário Antônio da Silva, agradecia a presença dos padres, da vida religiosa
e dos leigos e leigas, mas também daqueles que participavam através das redes
sociais da diocese. Na sua homilia, ele convidava a “olhar para Jesus, mesmo Crucificado,
que é o mesmo Encarnado e Ressuscitado, que veio para proclamar o Ano da Graça
do Senhor”, como recolhe o Evangelho de Lucas, escutado na Liturgia da Palavra
da Missa Crismal.
O bispo fazia uma analise da passagem do Evangelho à luz do
profeta Isaias, destacando a importância de proclamar um ano do agrado do
Senhor, “uma urgência da graça, mesmo em meio a tantas desgraças, lá na época
do profeta, na época de Jesus e hoje neste tempo de pandemia”. Dom Mário
Antônio insistia em “quão necessária anunciar a graça em meio a tantas
angustias, tantas desgraças, tanta pandemia, tantas situações que nos
desarticulam”.
Segundo o Bispo de Roraima, “o que não é possível é ficar indiferente”,
insistindo em que “a Boa Notícia para uns é o uma má notícia para quem deseja
continuar vivendo à custa dos pobres, dos marginalizados”. Dom Mário Antônio da
Silva afirmava que “como ontem, ainda hoje se repete a mesma situação, quando
uma pessoa assume a promoção dos mais pobres, de modo que possam comer e viver
com dignidade, continua sendo caluniada, perseguida, injustamente condenada e
até detida”, algo que é feito “a serviço dos donos do poder”. Ele criticava os
serviçais ao serviço do poder, “a grande mídia, os setores de Igreja, inclusive
da nossa, boa parte dos políticos, dos juízes, dos generais, e a lista vai, dos
padres, até dos bispos”.
“Que a graça de Deus nos ajude a nos colocarmos no mesmo
caminho da profecia”, pedia o bispo, que fazia um chamado a amar e servir, algo
que recorda nosso serviço a todos, sacerdotes, vida religiosa e leigos e leigas.
Dom Mário Antônio dizia que a Diocese de Roraima está retomando o caminho do
diaconato permanente, uma experiencia da qual vão participar 18 homens, junto
com suas famílias, e que ele vê como “um dom, uma graça”. Isso é algo que é
fruto do Sínodo para a Amazônia, da Querida Amazônia e que o bispo considera expressão
“do amor e do serviço à Igreja, especialmente aos mais pobres e necessitados”.
O bispo diocesano, após explicar o que significava no tempo
de Jesus proclamar o Ano da Graça do Senhor, se perguntava o que é hoje, em
2021, o Ano da Graça, afirmando que isso se traduz em “afirmação da dignidade
humana, defesa incondicional da vida, promoção do bem comum, justa distribuição
de renda, inclusão social, incidência política, defesa dos direitos humanos,
salário justo, segurança alimentar”, lembrando o Documento de Aparecida e o
Magistério do Papa Francisco.
Falando da pandemia, o bispo insistia em que “é preciso
compromisso, é preciso olhar com gratidão e continuar anunciando a graça do
Senhor”, o que deve nos levar a “rezar com confiança em Deus pelo fim da
pandemia, é ser solidário com os pobres e necessitados, com os vulneráveis e
famintos, é cuidar dos desanimados e doentes, é criar proximidade e afeto comas
pessoas e famílias enlutadas, é rezar pelos falecidos”. Ele insistia em que os
falecidos é algo que “vai além do número, pois são pessoas do nosso convívio,
do nosso conhecimento”, citando muitos exemplos que tem feito presente o Ano da
Graça do Senhor. Dom Mário Antônio pedia a vacina, “que chegue logo e para
todos, que seja um sinal do Ano da Graça, com colaboração de toda a população e
dos governantes e responsáveis pela questão farmacêutica”.
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