quarta-feira, 31 de março de 2021

Dom Mário Antônio da Silva: “A Boa Notícia para uns é o uma má notícia para quem deseja continuar vivendo à custa dos pobres”



A Diocese de Roraima celebrava na terça-feira, 30 de março, a Missa dos Santos Óleos, a Missa da Unidade. Na ocasião, o bispo diocesano, Dom Mário Antônio da Silva, agradecia a presença dos padres, da vida religiosa e dos leigos e leigas, mas também daqueles que participavam através das redes sociais da diocese. Na sua homilia, ele convidava a “olhar para Jesus, mesmo Crucificado, que é o mesmo Encarnado e Ressuscitado, que veio para proclamar o Ano da Graça do Senhor”, como recolhe o Evangelho de Lucas, escutado na Liturgia da Palavra da Missa Crismal.

O bispo fazia uma analise da passagem do Evangelho à luz do profeta Isaias, destacando a importância de proclamar um ano do agrado do Senhor, “uma urgência da graça, mesmo em meio a tantas desgraças, lá na época do profeta, na época de Jesus e hoje neste tempo de pandemia”. Dom Mário Antônio insistia em “quão necessária anunciar a graça em meio a tantas angustias, tantas desgraças, tanta pandemia, tantas situações que nos desarticulam”.

Segundo o Bispo de Roraima, “o que não é possível é ficar indiferente”, insistindo em que “a Boa Notícia para uns é o uma má notícia para quem deseja continuar vivendo à custa dos pobres, dos marginalizados”. Dom Mário Antônio da Silva afirmava que “como ontem, ainda hoje se repete a mesma situação, quando uma pessoa assume a promoção dos mais pobres, de modo que possam comer e viver com dignidade, continua sendo caluniada, perseguida, injustamente condenada e até detida”, algo que é feito “a serviço dos donos do poder”. Ele criticava os serviçais ao serviço do poder, “a grande mídia, os setores de Igreja, inclusive da nossa, boa parte dos políticos, dos juízes, dos generais, e a lista vai, dos padres, até dos bispos”.




“Que a graça de Deus nos ajude a nos colocarmos no mesmo caminho da profecia”, pedia o bispo, que fazia um chamado a amar e servir, algo que recorda nosso serviço a todos, sacerdotes, vida religiosa e leigos e leigas. Dom Mário Antônio dizia que a Diocese de Roraima está retomando o caminho do diaconato permanente, uma experiencia da qual vão participar 18 homens, junto com suas famílias, e que ele vê como “um dom, uma graça”. Isso é algo que é fruto do Sínodo para a Amazônia, da Querida Amazônia e que o bispo considera expressão “do amor e do serviço à Igreja, especialmente aos mais pobres e necessitados”.

O bispo diocesano, após explicar o que significava no tempo de Jesus proclamar o Ano da Graça do Senhor, se perguntava o que é hoje, em 2021, o Ano da Graça, afirmando que isso se traduz em “afirmação da dignidade humana, defesa incondicional da vida, promoção do bem comum, justa distribuição de renda, inclusão social, incidência política, defesa dos direitos humanos, salário justo, segurança alimentar”, lembrando o Documento de Aparecida e o Magistério do Papa Francisco.

Falando da pandemia, o bispo insistia em que “é preciso compromisso, é preciso olhar com gratidão e continuar anunciando a graça do Senhor”, o que deve nos levar a “rezar com confiança em Deus pelo fim da pandemia, é ser solidário com os pobres e necessitados, com os vulneráveis e famintos, é cuidar dos desanimados e doentes, é criar proximidade e afeto comas pessoas e famílias enlutadas, é rezar pelos falecidos”. Ele insistia em que os falecidos é algo que “vai além do número, pois são pessoas do nosso convívio, do nosso conhecimento”, citando muitos exemplos que tem feito presente o Ano da Graça do Senhor. Dom Mário Antônio pedia a vacina, “que chegue logo e para todos, que seja um sinal do Ano da Graça, com colaboração de toda a população e dos governantes e responsáveis pela questão farmacêutica”.




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