Gerar vários diálogos e atividades que "serão o fio condutor de todo o processo de discernimento para e durante a Assembleia", é o objetivo do processo de escuta da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, que está começando e durará até meados de julho.
Este processo de escuta responde ao desejo do Papa Francisco que, na apresentação da Assembleia a 24 de janeiro, disse que "a Igreja se dá ao partir o pão, a Igreja se dá com todos sem exclusão, e uma assembleia eclesial é um sinal disso: de uma Igreja sem exclusão".
Mauricio Lopez, que já está familiarizado com este tipo de atividade, a partir da experiência do Sínodo para a Amazónia e que coordena o Comité de Escuta, assinala que "aspiramos ter uma plena e ampla participação de todo o povo de Deus que peregrina na América Latina e no Caribe, para que esta Assembleia seja uma verdadeira celebração de nossa identidade eclesial a serviço da vida".
Segundo o Secretário da Ação Pastoral do CELAM, "este evento quer ser uma genuína expressão de uma presença que acolhe as esperanças e os desejos de todas as pessoas que compõem a Igreja, Povo de Deus, especialmente neste tempo de profunda crise". Por esta razão, Maurício insiste que "a coerência com o anúncio do Evangelho de Jesus será o gesto vivo que dará relevância ao nosso processo, e devemos escutar atentamente os gritos dos empobrecidos e da irmã mãe terra neste tempo de pandemia da Covid-19 e todas as outras pandemias de iniquidade e exclusão que este momento revela".
É uma proposta aberta a todos, na qual é possível participar através de atividades comunitárias, fóruns temáticos e contribuições individuais, com inscrições feitas através da utilização de uma plataforma de colaboração em linha, no website da Assembleia Eclesial, na sua secção "ESCUTA" ( https://asambleaeclesial.lat/escucha/ ).
A Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe incentiva a organização de espaços de escuta, cujas informações serão confidenciais, também através de plataformas virtuais, tendo em conta a situação da pandemia na América Latina e Caribe. O trabalho será organizado a nível geral, em cada uma das Conferências Episcopais e nas diferentes redes e instituições pastorais latino-americanas (CLAR, Caritas, redes eclesiais territoriais e temáticas, entre outras).
Para este processo foram elaborados materiais que já se encontram disponíveis no site da Assembleia da América Latina e do Caribe. Este é o Documento para o Caminho, onde alguns aspectos da realidade que "nos desafiam como discípulos missionários neste momento da história" são estudados em profundidade, à luz do documento e da experiência de Aparecida. Aí encontramos os fundamentos teológicos, históricos e bíblicos à luz de vários documentos da Igreja Universal e das Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe. Nas palavras de Mauricio Lopez, "será uma ajuda para o diálogo e o discernimento pessoal e comunitário, suscitando muitas contribuições do Povo de Deus na escuta mútua e nas deliberações comuns. É um documento para encorajar e abrir diálogos". Juntamente com ele, está disponível o Guia Metodológico, que explica os passos a dar e a forma de o fazer.
No pensamento do Papa Francisco, como afirma a Constituição Apostólica Episcopalis Communio: "o processo sinodal tem o seu ponto de partida e também o seu ponto de chegada no Povo de Deus, sobre o qual os dons da graça derramados pelo Espírito Santo devem ser derramados. Daí a importância de ouvir o Povo de Deus como primeiro passo para que a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe seja bem sucedida.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1
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