O relato da Páscoa,
presente na Liturgia da Palavra da Missa da Ceia do Senhor, é “memória da
libertação do Povo de Israel da escravidão no Egito”, mas também “memória da
libertação do pecado e da morte”.
Com essas palavras começava
sua homilia nesta Quinta-feira Santa Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, lembrando
que com essa celebração “nós cristãos começamos hoje os três últimos dias de
preparação”, fazendo um convite a vive-los intensamente.
No dia em que se faz
memória da instituição da Eucaristia, o bispo da Prelazia de Itacoatiara
afirmava que “Eucaristia, acima de tudo, é isto: Vida de Jesus doada pela
humanidade”, recordando as palavras do Evangelho de Lucas: “Isto é o meu corpo
que é dado por vós... Este cálice é a nova aliança no meu sangue que é
derramado por vós” (22, 19-20). Isso deve levar a quem participa de uma
celebração da Eucaristia e quem comunga com Jesus na Eucaristia, a continuar
fazendo o que Ele fez e mandou que a gente fizesse, memória.
Dom
Ionilton lembrava o recolhido no documento da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil – CNBB, “Comunidade de Comunidades: uma nova Paróquia”, onde diz que “O Cristo reconhecido na Eucaristia remete ao encontro e
serviço aos pobres”. Também fazia referência às Diretrizes Gerais da Ação
Evangelizadora da Igreja 2008-2010: “O compromisso social tem sua raiz na
própria fé; deve ser manifestado por toda a comunidade cristã e não apenas por
algum grupo ou pastoral social; uma comunidade insensível às necessidades dos
irmãos e à luta para vencer as injustiças, celebra indignamente a liturgia”.
O
bispo vê nas palavras da CNBB uma referência às palavras do Apóstolo Paulo, que
“qualifica
como ‘indigna’ uma comunidade cristã que celebra a Ceia do Senhor em um clima de
discórdia e de indiferença pelos pobres". No mesmo sentido, seguindo o Documento
100 da CNBB, Dom Ionilton lembrava que “é necessário evitar a separação entre
culto e misericórdia, liturgia e ética, celebração e serviço aos irmãos. O
Cristo reconhecido na Eucaristia remete ao encontro e serviço aos pobres”. Uma
ideia que também se fez presente no pensamento do Bem-Aventurado Justino Russolillo, fundador dos Vocacionistas,
congregação da qual faz parte Dom Ionilton, quem dizia: “Como mudaria nossa
vida se compreendêssemos a vida Eucarística de Jesus”.
“A
Eucaristia não é um prêmio para os bons, mas a força para os débeis e os
pecadores”, lembrava o bispo de Itacoatiara, seguindo as palavras do Papa
Francisco. Ele lembrava que a santidade é um caminho e destacava a importância
de cada Eucaristia,
que “é única, não tem uma maior ou mais importante do que outra”. Dom Ionilton,
que foi padre sinodal, lembrava que o Documento Final do Sínodo para a Amazônia
constata que “muitas comunidades
eclesiais do território amazônico têm enormes dificuldades em ter acesso a
Eucaristia. Às vezes, não apenas meses se passam, mas vários anos para um
sacerdote visitar a comunidade e celebrar a Eucaristia”. Uma realidade que levou
o Papa Francisco na Querida Amazônia a dizer que “é urgente fazer com que os
povos amazônicos não estejam privados do alimento de vida nova e do sacramento
do perdão”.
Lembrando
que na Quinta-feira Santa a Igreja celebra a instituição do sacerdócio,
Sacramento da Ordem, ele recordava as palavras do bispo na ordenação
sacerdotal, afirmando que essas palavras tentam ajudar o presbítero a “viver
intensamente o que a Igreja pediu". Nesse sentido, tendo como referência o
Documento de Aparecida, pedia para rezar para que os sacerdotes “sejam sempre e
cada vez melhor Presbíteros-Discípulos, Presbíteros-Missionários,
Presbíteros-Servidores da Vida e Presbíteros-Cheios de Misericórdia”.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1
Obrigado Padre Luis Miguel pelo espaço no Blog do nosso Regional e obrigado pelo seu serviço na Comunicação de nosso Regional. Dom José Ionilton, SDV
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