A manhã do quarto dia da 58ª Assembleia Geral virtual da
CNBB foi dedicado à espiritualidade. Dom Marcos Piatek nos conta que o dia
começou com a Eucaristia na sede da CNBB, em Brasília, presidida por Dom Joel,
Secretário Geral. O bispo de Coari destaca que no início do retiro espiritual,
Dom Walmor lembrou a frase de Santo Inácio de Antioquia: “Convém, pois, não se
chamar apenas cristão, mas o ser também”. A manhã de espiritualidade foi conduzida pelo
Cardeal Seán Patrick O'Malley, OFM Cap., arcebispo de Boston – USA, que falou
em português fluente e contou com 396 participantes.
A primeira Palestra começou com a leitura do Evangelho de
Lucas (Lc 4, 14-30). Segundo Dom Marcos, “o pregador nos levou à Terra Santa, o
5º Evangelho, e a visitar as duas cidades importantes na vida de Jesus”. Recordando
as palavras do pregador, o bispo nos diz que “a vida de Jesus começa em Belém e
termina em Jerusalém. Porém, a maior parte da sua vida Jesus passou em Nazaré
(30 anos) e em Cafarnaum (3 anos)”.
Partindo destas duas cidades “o pregador apresentou o nosso
ministério episcopal e os seus elementos fundamentais”. Dom Marcos lembra que,
segundo o cardeal de Boston, “existe uma tensão entre Nazaré e Cafarnaum: estar
em casa, rezar, estudar, trabalhar, contemplar, vida cotidiana (Nazaré) e o
nosso agir pastoral, o nosso fazer (Cafarnaum). São duas realidades que se
complementam. Sem Nazaré não se consegue viver bem em Cafarnaum”.
Dom Marcos Piatek diz que “após a rica partilha os bispos rezamos pelas vítimas da pandemia, que ultrapassaram 360 mil mortos”. Ele lembra que na segunda palestra, o Cardeal O’Malley “recorreu ao Evangelho de Lucas (Lc 15, 1-7) que fala da ovelha perdida”. Segundo o bispo, “a primeira prioridade de Jesus não era a pregação, mas assistir aos doentes, pobres, pecadores, realizar a misericórdia”. Na sua reflexão, “o pregador lembrou os mártires da América Latina: São Oscar Romero e Juan José, que doaram a vida defendendo os direitos humanos”, nos diz o bispo de Coari, que afirma que “depois da misericórdia de Jesus vem a sua pregação”.
A palestra, afirma o bispo, “foi dedicada à misericórdia de
Deus, à libertação do pecado e ao Sacramento da Reconciliação”. Dom Marcos
insiste em que “nós bispos experimentamos a misericórdia de Deus e devemos ser
misericordiosos no nosso ministério. Somos penitentes e confessores!”. Após a reflexão, houve uma rica partilha entre
os bispos e o Card. O’Malley. A manhã foi encerrada com “o vídeo-mensagem com
as palavras muito profundas do Papa Francisco dirigidas não só aos bispos, mas
a toda a nossa nação brasileira”, finaliza Dom Marcos Piatek.
Na parte da tarde, como está acontecendo ao longo dos dias,
teve uma pauta bem extensa, segundo Dom José Albuquerque. Depois da oração
inicial, que acompanha as sessões da Assembleia, Laudes de manhã e Hora Média de
tarde, “os trabalhos começaram com algumas comunicações, e o ponto alto foi a
partilha de Dom Leonardo, nosso arcebispo, e de Dom Wilson, bispo de
Florianópolis, que nos colocaram diante deste quadro da pandemia e da pós
pandemia, como é que as nossas dioceses, como os nossos padres, como os nossos
bispos, estão enfrentando, ainda em várias partes do Brasil, as consequências
dessa terrível pandemia”.
A segunda parte da tarde desta quinta-feira, tem sido
momento para o encontro dos regionais. Dom José lembra que os bispos do
Regional se encontraram presencialmente no mês de novembro, naquele período em
que a situação não estava tão grave. Foi um momento de partilha entre os bispos
do nosso Regional Norte 1, de encaminhar algumas datas no calendário deste ano.
Aproveitando o encontro dos bispos da Amazônia, que deve acontecer nos dias 18
e 19 de maio, os bispos irão se reencontrar, segundo Dom José Albuquerque, após
o dia 20 de maio.
O bispo vê esse momento como oportunidade “da gente partilhar
nossas alegrias, nossas preocupações”. Segundo Dom José, “o nosso Regional ele
é muito coeso, é muito unido, a gente percebe que cada bispo no seu lugar procura
ser um pastor, um elo de unidade e também de uma voz profética, porque a gente
também escutou isso, tanto na voz de Dom Leonardo, como na voz de Dom Wilson, a
realidade que nós estamos enfrentando, que de algum modo nos solicita a termos
um profetismo”.
O bispo auxiliar de Manaus insiste em que “não simplesmente
no que diz respeito a denúncia, porque isso já a sociedade civil já está fazendo,
a sociedade civil, o Ministério Público, os políticos mais sérios”. Dom José afirma
que “o que nós queremos é ser uma voz profética de anunciar a esperança e de que
a certeza de que neste tempo da pandemia, Deus não nos abandonou, e a caridade
foi grande, aconteceram muitas iniciativas de solidariedade, dentro e fora das
nossas comunidades eclesiais”. Finalmente, ele salienta, que hoje à tarde “foi
um momento muito rico de partilha e de encontro”.
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