Numa mensagem onde se destaca o grave momento que o Brasil
está vivendo, os bispos do Brasil, reunidos na 58ª Assembleia Geral da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, tem enviado sua palavra ao povo
brasileiro.
Os bispos expressam “a nossa oração e a
nossa solidariedade aos enfermos, às famílias que perderam seus entes queridos
e a todos os que mais sofrem as consequências da Covid-19”, destacando sua “profunda
gratidão aos profissionais de saúde e a todas as pessoas que têm doado a sua
vida em favor dos doentes”.
A crise que o Brasil enfrenta nos desafia, segundo a CNBB,
destacando que “embora todos sofram com a pandemia, suas consequências são mais
devastadoras na vida dos pobres e fragilizados”. Os bispos chamam os discípulos
de Cristo a assumir posicionamentos, que “nós o fazemos por exigência do
Evangelho”, insistindo em que “não podemos nos calar quando a vida é ameaçada,
os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada”.
O texto louva o esforço das comunidades “por amenizar as
consequências da pandemia”, tantas pessoas que “movidos pelo autêntico espírito
cristão, expõem suas vidas no socorro aos mais vulneráveis”. Os bispos
reconhecem que mesmo sofrendo com “a restrita participação do Povo de Deus nos templos.
Contudo, a sacralidade da vida humana
exige de nós sensatez e responsabilidade”, fazendo um chamado “a observar as
medidas sanitárias que dizem respeito às celebrações presenciais”, e destacando
o papel da Igreja doméstica.
Os bispos pedem “competência e lucidez” em defesa da saúde,
afirmando que “são inaceitáveis discursos e atitudes que negam a realidade da
pandemia, desprezam as medidas sanitárias e ameaçam o Estado Democrático de
Direito”. Também reclamam “atenção à ciência, incentivar o uso de máscara, o
distanciamento social e garantir a vacinação para todos, o mais breve possível”,
assim como auxílio emergencial.
Diante das consequências da pandemia, a CNBB pede “maiores
investimentos em saúde pública”, considerando “inadmissíveis as tentativas
sistemáticas de desmonte da estrutura de proteção social no país”. A mesma
coisa se afirma da educação, afirmando que “é fundamental o engajamento no
Pacto Educativo Global, proposto pelo Papa Francisco”.
A mensagem denuncia a violência, criticando o acesso às armas,
favorecido pelo Governo Federal, fazendo referência ao discurso de ódio, instalado
nas redes sociais, e ao “uso da religião como instrumento de disputa política”.
Junto com isso, a CNBB não esquece “o cuidado com a casa comum”, insistindo na
necessidade de “superar a desigualdade social no país”, y de “promover a melhor
política”. Finalmente se faz um apelo à unidade, a promover a solidariedade e a
partilha, a reconstruir a “sociedade brasileira sobre os alicerces da justiça e
da paz, trilhando o caminho da fraternidade e do diálogo”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário