sexta-feira, 16 de abril de 2021

“Não podemos nos calar quando a vida está ameaçada”. Mensagem ao povo brasileiro da 58ª AG da CNBB



Numa mensagem onde se destaca o grave momento que o Brasil está vivendo, os bispos do Brasil, reunidos na 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, tem enviado sua palavra ao povo brasileiro.

Os bispos expressam “a nossa oração e a nossa solidariedade aos enfermos, às famílias que perderam seus entes queridos e a todos os que mais sofrem as consequências da Covid-19”, destacando sua “profunda gratidão aos profissionais de saúde e a todas as pessoas que têm doado a sua vida em favor dos doentes”.

A crise que o Brasil enfrenta nos desafia, segundo a CNBB, destacando que “embora todos sofram com a pandemia, suas consequências são mais devastadoras na vida dos pobres e fragilizados”. Os bispos chamam os discípulos de Cristo a assumir posicionamentos, que “nós o fazemos por exigência do Evangelho”, insistindo em que “não podemos nos calar quando a vida é ameaçada, os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada”.

O texto louva o esforço das comunidades “por amenizar as consequências da pandemia”, tantas pessoas que “movidos pelo autêntico espírito cristão, expõem suas vidas no socorro aos mais vulneráveis”. Os bispos reconhecem que mesmo sofrendo com “a restrita participação do Povo de Deus nos templos. Contudo, a sacralidade da vida humana exige de nós sensatez e responsabilidade”, fazendo um chamado “a observar as medidas sanitárias que dizem respeito às celebrações presenciais”, e destacando o papel da Igreja doméstica.




Os bispos pedem “competência e lucidez” em defesa da saúde, afirmando que “são inaceitáveis discursos e atitudes que negam a realidade da pandemia, desprezam as medidas sanitárias e ameaçam o Estado Democrático de Direito”. Também reclamam “atenção à ciência, incentivar o uso de máscara, o distanciamento social e garantir a vacinação para todos, o mais breve possível”, assim como auxílio emergencial.

Diante das consequências da pandemia, a CNBB pede “maiores investimentos em saúde pública”, considerando “inadmissíveis as tentativas sistemáticas de desmonte da estrutura de proteção social no país”. A mesma coisa se afirma da educação, afirmando que “é fundamental o engajamento no Pacto Educativo Global, proposto pelo Papa Francisco”.

A mensagem denuncia a violência, criticando o acesso às armas, favorecido pelo Governo Federal, fazendo referência ao discurso de ódio, instalado nas redes sociais, e ao “uso da religião como instrumento de disputa política”. Junto com isso, a CNBB não esquece “o cuidado com a casa comum”, insistindo na necessidade de “superar a desigualdade social no país”, y de “promover a melhor política”. Finalmente se faz um apelo à unidade, a promover a solidariedade e a partilha, a reconstruir a “sociedade brasileira sobre os alicerces da justiça e da paz, trilhando o caminho da fraternidade e do diálogo”.





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