Uma mensagem, onde o Papa Francisco começa brincando sobre o
"portunhol", enviou esta quinta-feira, 15 de abril, o Santo Padre ao
povo brasileiro através dos seus bispos, reunidos na sua 58ª Assembleia
Plenária, de 12 a 16 de abril, de uma forma completamente virtual.
Nas suas palavras, o Papa reconhece que "este amado
país enfrenta uma das provações mais difíceis da sua história". Por esta
razão, quer "expressar a minha proximidade às centenas de milhares de
famílias que choram a perda de um ente querido". Ele lembra da grande
variedade dos que morreram, e "em particular dos Bispos que morreram
vítimas de Covid". Para os falecidos ele pede "descanso eterno e que
possa dar conforto aos corações tristes dos familiares, que muitas vezes nem
sequer foram capazes de dizer adeus aos seus entes queridos", algo que ele
vê como "uma das maiores tristezas".
À luz da proclamação da Páscoa, o Papa Francisco faz um
apelo à esperança, insistindo que "não podemos desistir!", recordando
as palavras da Sequência do Domingo de Páscoa. "A nossa fé em Cristo
Ressuscitado mostra-nos que podemos superar este momento trágico", diz o
Papa, que chama, da esperança, a “erguer-se’, da caridade, “a chorar com
aqueles que choram e a dar uma mão, especialmente aos mais necessitados, para
que possam voltar a sorrir", a “despojar-nos”, um convite que ele fazia
especialmente aos bispos.
Uma vez mais, como tem sido o tom durante toda a pandemia,
ele apela à unidade como forma de supera-la. Por esta razão, insiste que
"a Conferência Episcopal deve ser uma neste momento, porque o povo
sofredor é um só". Referindo-se à imagem de Nossa Senhora Aparecida, que
foi encontrada quebrada, recordou o seu discurso ao Episcopado brasileiro a 27
de julho de 2013, e daí fez um apelo para "ser um instrumento de
reconciliação, ser um instrumento de unidade" como "a missão da
Igreja no Brasil". Para tal, é necessário, segundo o Papa Francisco,
"pôr de lado divisões, desacordos" e encontrar-se naquilo que é
essencial: Cristo.
Esta unidade é vista pelo Santo Padre como uma forma de
"inspirar não só os fiéis católicos, mas também outros cristãos, e outros
homens e mulheres de boa vontade, a todos os níveis da sociedade, mesmo a nível
institucional e governamental, podem inspirá-los a trabalhar em conjunto para
superar não só o coronavírus, mas também outro vírus, que há muito infecta a
humanidade: o vírus da indiferença, que nasce do egoísmo e gera injustiça
social".
Recordando através de diferentes citações bíblicas que o
Senhor acompanha a Igreja e é a fonte da unidade, expressou o seu desejo de que
"esta Assembleia Geral possa dar frutos de unidade e reconciliação para
todo o povo brasileiro, e na Conferência Episcopal. Unidade não é uniformidade,
mas é harmonia, essa unidade harmoniosa que só o Espírito Santo dá”.
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