O dia 1º de maio é comemorado o Dia do Trabalhador,
uma boa oportunidade para refletir sobre o trabalho, uma realidade cada vez
mais precarizada no Brasil. Nos últimos anos, especialmente com a reforma
trabalhista, as condições laborais no Brasil foram piorando.
A pandemia tem acrescentado a precarização laboral
fazendo aumentar o desemprego e que muitos trabalhadores e trabalhadoras sofram
com condições de trabalho cada vez mais injustas, prejudicando assim o sustento
de suas famílias.
O Papa Francisco, na sua Carta Patris Corde, escrita
com motivo do Ano de São José, nos fala sobre sua dimensão de Pai trabalhador.
Ele nos diz que “São José era um carpinteiro que trabalhou honestamente para
garantir o sustento da sua família. Com ele, Jesus aprendeu o valor, a
dignidade e a alegria do que significa comer o pão fruto do próprio trabalho”.
Diante
da pandemia da Covid-19, “em que o trabalho parece ter voltado a constituir uma
urgente questão social e o desemprego atinge por vezes níveis impressionantes”,
nos diz a carta do Papa, “é necessário tomar renovada consciência do
significado do trabalho que dignifica”. Para isso se faz necessário lutar para
que todos os trabalhadores e trabalhadoras tenham condições laborais que
respeitem seus direitos.
O
trabalho também tem muito a ver com a família, segundo a Carta Patris Corde.
Neste tempo de pandemia, em que muitas famílias sofrem a perda de seus entes
queridos, o trabalho também tem sido outra das grandes preocupações. O Santo
Padre nos diz que “uma família onde falte o trabalho está mais exposta a
dificuldades, tensões”.
Diante
dessa realidade, o Papa Francisco se pergunta, “como poderemos falar da
dignidade humana sem nos empenharmos para que todos, e cada um, tenham a
possibilidade dum digno sustento?”. Por isso, ele faz “um apelo a redescobrir o
valor, a importância e a necessidade do trabalho para dar origem a uma nova ‘normalidade’,
em que ninguém seja excluído”.
Lembremos
as palavras do Papa Francisco: “nenhuma família
sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhuma
pessoa sem a dignidade que o trabalho dá”. A Santidade se faz realidade na vida
cotidiana, também fazendo realidade um trabalho digno para todos e todas, mesmo
sabendo que essa é uma realidade cada vez mais distante da vida de muitos
trabalhadores e trabalhadoras.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 - Editorial Rádio Rio Mar
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