quinta-feira, 13 de maio de 2021

Abuso e exploração de crianças e adolescentes, tomar postura é decisivo


O abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes é uma realidade muito presente na sociedade brasileira, inclusive naturalizada. 18 de maio é a data em que acontece o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, que há mais de 20 anos pretende ser um incentivo na mobilização, sensibilização, informação e convocação de toda a sociedade a participar da luta em defesa dos direitos de crianças e adolescentes.

Não podemos esquecer que o desenvolvimento de forma segura e protegida, livres do abuso e da exploração sexual, é um direito de toda criança e adolescente. Como sociedade somos chamados a tomar consciência disso, pois na medida em que essas atitudes são assumidas pela maioria, se faz realidade um mundo melhor para todos, especialmente para os mais vulneráveis.

O abuso de crianças e adolescentes é uma realidade que acontece de múltiplas formas, inclusive dentro do âmbito familiar. Estamos diante de uma realidade que tem aumentado durante a pandemia da Covid-19, o que deve nos levar a reforçar os esforços para desterrar esse crime das instituições que deveriam ser espaço de proteção. Não podemos esquecer que um dos fatores que motivam o abuso sexual de crianças e adolescentes são as relações de poder, um elemento que é utilizado como instrumento de submissão, que impede a defesa das vítimas, que aos poucos vão se sentindo silenciadas, se tornando alguém despossuído de humanidade e de proteção.




Diante disso, se faz necessário exigir do poder público a implementação de instrumentos que garantam essa proteção, algo que no Brasil se concretiza na implementação do Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. Nesse sentido, a Igreja católica está realizando esforços para desterrar o abuso de crianças e adolescentes, uma realidade que infelizmente está presente e que, como insiste o Papa Francisco, deve ser punida.

Após publicar dois anos atrás o Documento “Vos estis Lux Mundi” (Vós sois a Luz do Mundo), o Santo Padre tem insistido em que seja assumido a proteção de crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis nas estruturas pastorais da Igreja Católica. Nesse sentido, o Núcleo Lux Mundi da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, quer ser um instrumento para colaborar na implementação que as dioceses devem fazer, para prevenir e combater as violências sexuais cometidas por membros da Igreja.

Mais uma vez estamos diante duma oportunidade para tomar consciência de situações que muitas vezes permanecem ocultas. Diante do crime do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes não podemos ficar calados, nos fazermos de desentendidos, como se a coisa não fosse com a gente. Nosso silêncio provoca dor e na medida em que isso acontece, a gente vai perdendo em humanidade, em fraternidade e deixando que os criminosos imponham aquilo do qual nos tornamos cúmplices.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 - Editorial Rádio Rio Mar

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