O abuso e exploração sexual contra crianças e
adolescentes é uma realidade muito presente na sociedade brasileira, inclusive
naturalizada. 18 de maio é a data em que acontece o “Dia
Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”,
que há mais de 20 anos pretende ser um incentivo na mobilização, sensibilização,
informação e convocação de toda a sociedade a participar da luta em defesa dos
direitos de crianças e adolescentes.
Não podemos esquecer que o desenvolvimento de forma
segura e protegida, livres do abuso e da exploração sexual, é um direito de
toda criança e adolescente. Como sociedade somos chamados a tomar consciência
disso, pois na medida em que essas atitudes são assumidas pela maioria, se faz
realidade um mundo melhor para todos, especialmente para os mais vulneráveis.
O abuso de crianças e adolescentes é uma realidade
que acontece de múltiplas formas, inclusive dentro do âmbito familiar. Estamos
diante de uma realidade que tem aumentado durante a pandemia da Covid-19, o que
deve nos levar a reforçar os esforços para desterrar esse crime das
instituições que deveriam ser espaço de proteção. Não podemos esquecer que um
dos fatores que motivam o abuso sexual de crianças e adolescentes são as relações
de poder, um elemento que é utilizado como instrumento de submissão, que impede
a defesa das vítimas, que aos poucos vão se sentindo silenciadas, se tornando
alguém despossuído de humanidade e de proteção.
Diante disso, se faz necessário exigir do poder
público a implementação de instrumentos que garantam essa proteção, algo que no
Brasil se concretiza na implementação do Plano Nacional de Enfrentamento à
Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. Nesse sentido, a Igreja
católica está realizando esforços para desterrar o abuso de crianças e
adolescentes, uma realidade que infelizmente está presente e que, como insiste
o Papa Francisco, deve ser punida.
Após publicar dois anos atrás o Documento “Vos estis
Lux Mundi” (Vós sois a Luz do Mundo), o Santo Padre tem insistido em que seja
assumido a proteção de crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis
nas estruturas pastorais da Igreja Católica. Nesse sentido, o Núcleo Lux Mundi da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, quer ser um instrumento para
colaborar na implementação que as dioceses devem fazer, para prevenir e
combater as violências sexuais cometidas por membros da Igreja.
Mais
uma vez estamos diante duma oportunidade para tomar consciência de situações
que muitas vezes permanecem ocultas. Diante do crime do abuso e exploração
sexual de crianças e adolescentes não podemos ficar calados, nos fazermos de
desentendidos, como se a coisa não fosse com a gente. Nosso silêncio provoca
dor e na medida em que isso acontece, a gente vai perdendo em humanidade, em
fraternidade e deixando que os criminosos imponham aquilo do qual nos tornamos
cúmplices.
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