"Antiquum ministerium", esse é o novo Motu proprio
publicado pelo Papa Francisco nesta terça-feira, 11 de maio. Nele, o Santo
Padre institui o ministério de catequista, que tem seu fundamento na primeira
comunidade cristã, onde já era reconhecido, e que é colocado como uma
necessidade urgente para a evangelização no mundo contemporâneo, que deve
evitar cair na clericalização.
A ministerialidade é algo conhecido na vida da Igreja desde
seus primórdios, algo recolhido sobretudo nas cartas paulinas, mas também em
outros escritos do Novo Testamento, mostrando “a presença concreta de batizados
que exerceram o ministério de transmitir, de forma mais orgânica, permanente e
associada com as várias circunstâncias da vida, o ensinamento dos apóstolos e
dos evangelistas”, segundo afirma o Papa Francisco no seu novo Motu proprio.
A instrução catequética é definida como “um válido
sustentáculo para a existência pessoal de cada ser humano”, destacando que
muitos homens e mulheres vem “realizando uma missão insubstituível na
transmissão e aprofundamento da fé”.
O Papa Francisco recolhe a importância da catequese nas reflexões do Concílio Vaticano II, assim como no Magistério Pontifício do pós Concílio. Ele destaca o papel dos leigos e leigas, afirmando que sua “presença torna-se ainda mais urgente nos nossos dias, devido à renovada consciência da evangelização no mundo contemporâneo”, afirmando a necessidade de “metodologias e instrumentos criativos”, e ao mesmo tempo, insistindo em que “fidelidade ao passado e responsabilidade pelo presente são as condições indispensáveis para que a Igreja possa desempenhar a sua missão no mundo”.
Quem chama a assumir o ministério é o Espírito, algo que faz
parte da vida de todo batizado, destacando a importância dos leigos nesse “serviço
pastoral da transmissão da fé”, que se faz presente ao longo de toda a vida dos
batizados. O Papa Francisco afirma que “o Catequista é simultaneamente
testemunha da fé, mestre e mistagogo, acompanhante e pedagogo que instrui em
nome da Igreja”. Nesse ponto insiste em que “receber um ministério laical como
o de Catequista imprime uma acentuação maior ao empenho missionário típico de
cada um dos batizados que, no entanto, deve ser desempenhado de forma
plenamente secular, sem cair em qualquer tentativa de clericalização”.
Partindo dessa reflexão, o Papa Francisco, segundo recolhe o
Motu prorio, institui o Ministério do Catequista, ao qual são chamados “homens
e mulheres de fé profunda e maturidade humana, que tenham uma participação
ativa na vida da comunidade cristã, sejam capazes de acolhimento, generosidade
e vida de comunhão fraterna, recebam a devida formação bíblica, teológica,
pastoral e pedagógica, para ser solícitos comunicadores da verdade da fé, e
tenham já maturado uma prévia experiência de catequese”.
Para isso a Congregação do Culto Divino providenciará o Rito
de Instituição do ministério laical de Catequista, convidando “as Conferências
Episcopais a tornarem realidade o ministério de Catequista, estabelecendo o
iter formativo necessário e os critérios normativos para o acesso ao mesmo”.
Leia aqui o Motu proprio: "Antiquum ministerium"
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