Lembrando as palavras do Papa Paulo VI, que diz que
“Cristo aponta para Amazônia”, no final do encontro celebrado nos dias 18 e 19
de maio, organizado pela Comissão Episcopal para a Amazônia e pela REPAM-Brasil, os bispos da Amazônia brasileira têm lançado uma mensagem (acesse aqui) onde mostram
mais uma vez suas preocupações diante da realidade atual.
Os bispos denunciam “o devastador agravamento de uma crise que escancara a pobreza diante da
escandalosa concentração de riquezas”, fruto da primazia do capital
especulativo, que “sequestra a autonomia dos Estados”. Isso leva os bispos a
colocar uma disjuntiva: “Ou apelamos para a garantia legal da vida e dos
territórios, ou nos defendemos quando o extermínio se torna lei!”.
Essa realidade atinge
especialmente os povos indígenas, vítimas do “agravamento das violações dos direitos”,
algo que se faz presente de múltiplos modos. A carta vai relatando situações
presentes na Amazônia, que mostram que a crise socioambiental se acentuou durante
a pandemia, assim como outras agressões cada vez mais presentes na região. Por
isso, denunciam “um governo que vira as costas a estes clamores, opta pela militarização
em seus quadros, semeia estratégias de criminalização de lideranças e provoca
conflito entre os pequenos”.
Diante dessa realidade,
os bispos dizem manter um olhar esperançoso, nascido da Amazônia, que “é também
resposta!”, que “irrompe como novo sujeito e como novo paradigma”, desafio para
a ação evangelizadora. Os bispos lembraram do Pacto das Catacumbas pela Casa
Comum, assinado por muitos dos participantes do encontro virtual, e dos
compromissos lá assumidos, que conduzem a “uma Igreja com o rosto Amazônico”, e
a um avanço na concreção das decisões do Sínodo.
Daí, os bispos tem
assumido alguns compromissos, na linha de avançar “as reflexões e indicações
ousadas do Sínodo em torno dos ministérios”, elaborar um plano estratégico com
diretrizes pastorais, que encarne os sonhos da Querida Amazônia, incentivar a
questão da segurança alimentar, reafirmar o envolvimento efetivo com o Pacto
pela Vida e pelo Brasil e o Pacto Educativo Global. Finalmente, os bispos fazem um
chamado a não desanimar da luta, renovar a comunhão eclesial, alimentar a
paixão pelo Reino de Deus e a sensibilidade para com os mais pobres.
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