Iniciou-se nesta terça-feira, 24 de agosto, o 5º Nortão de
Presbíteros da Amazônia, que reúne os padres dos regionais Norte 1, Norte 2, Norte
3, e Noroeste. O encontro, que acontece em modo virtual, tem como tema: “Presbíteros,
Comunhão e Missão: a perspectiva do cuidado e as relações no contexto da
pandemia”.
Segundo o padre Manoel Rubson B. de Vilhena, presidente da
Comissão Regional de Presbíteros do Norte 1, “nosso encontro acontecerá a
partir do Texto Base do 18º Encontro Nacional de Presbíteros, cujo tema é Presbíteros:
Comunhão e Missão”. Segundo o padre Rubson, “no entanto vamos compartilhar
também a realidade de tantos desafios impostos pela pandemia e seus
desdobramentos no isolamento social”.
Para o padre, que faz parte do clero da Arquidiocese de Manaus,
“a pandemia trouxe consigo uma série de intercorrências que afetaram a vida,
provocando mudanças e transformações no modo de viver o cotidiano”. Ele
acrescenta que “a vida dos presbíteros, nos vários locais, regiões, dessa
imensa Amazônia, espalhada nos nossos quatro regionais, tem sido afetada com
certeza por essa questão”. Por isso, o 5º Nortão é visto pela comissão
organizadora do encontro, composta pelos presidentes dos quatro regionais da
CNBB, como “momento de grande fraternidade, de estreitar os laços da nossa
fraternidade presbiteral e testemunhas as alegrias e esperanças de nosso
ministério”.
O assessor do encontro, com 182 padres e 4 bispos inscritos,
está sendo o professor Carlos Bruno de Araújo Mendonça. No primeiro dia, partindo
do diálogo e interação com os participantes, fez um chamado a fazer a
diferença, a não se acomodar. Segundo o assessor, tratar com gente, e esse é um
dos elementos mais presentes na vida dos presbíteros, “não é algo simples, fácil
nem tranquilo”.
O professor, que perguntou aos participantes sobre os
impactos da pandemia na sua caminhada pessoal e ministerial, vê o momento atual
como “começo para encontrar novos caminhos”, para que os presbíteros entendam e
assumam sua condição de homens de fé, de “construtores de um mundo novo”, algo
que deve estar sustentado numa experiência profunda com Deus. Ele fez um chamado
ao compromisso e insistiu na necessidade de diante de um mundo cada vez mais
acelerado, “ser ágeis e não desesperados, viver um dia de cada vez, para evitar
viver uma vida de atropelamentos”.
Segundo Carlos Bruno, se faz necessário entre os presbíteros
“não buscar ser famosos e sim importantes na vida das pessoas, entender que Deus
é que fez”. Dai fez um chamado a refletir sobre o automatismo no exercício ministerial,
afirmando que muitas vezes “se coloca o piloto automático, até na hora de
celebrar a Eucaristia”. Diante dessa tentação de viver o ministério ordenado
desde o automatismo, fez ver que “as pessoas percebem se o ministro ordenado
está comprometido, animado, feliz”.
Diante dessa realidade, se faz necessário conhecer os
limites, saber quando tem que parar, evitar uma “vida de adolescente”, uma vida
sem limite. Ao mesmo tempo fez a proposta de criar uma estrutura que nos ajude
a caminhar, a pensar os próximos passos como humanidade, a estar sempre a
caminho.
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