A Igreja do Brasil celebra em agosto o Mês Vocacional,
algo que nos leva a entender a nossa vida como resposta a um chamado. Nossa
vida é consequência de nossas respostas, que nos levam a fazer escolhas, mas
também nos comprometem a perpetuar no tempo as opções que um dia tomamos
livremente.
Quem é que chama? Como reconhecer esse chamado? Como
superar os medos que nos paralisam e nos impedem responder diante de tantos
chamados que a gente recebe ao longo da vida? A vida tem muitas mais perguntas
do que respostas e as respostas que um dia a gente deu provocam novas e
numerosas perguntas ao longo da nossa vida.
No final das contas, o que todo mundo procura é ser
feliz, sabendo que essa felicidade tem múltiplas faces e que o que é caminho de
felicidade para uma pessoa é motivo de frustração para outra. O decisivo é
saber responder do modo certo, sem esquecer que as circunstâncias se tornam
diferentes e que isso pode provocar mudanças futuras, pois não podemos esquecer
que “o homem é o homem e a sua circunstância”, segundo disse o filósofo
espanhol José Ortega y Gasset.
A gente não pode controlar os chamados, pois não somos
nós que escolhemos as perguntas, nem o momento em que elas acontecem. Com a gente
ficam as respostas ou a falta delas, e isso a gente sabe tem consequências.
Aprender a responder e confirmar as respostas ao longo do tempo representa um
desafio na hora em que a gente pensa em vocação.
Na sociedade e na Igreja nos deparamos com pensamentos
que levam as pessoas a acreditar que tem vocações mais ou menos importantes,
respondendo a parâmetros sociais e eclesiais fruto de estereótipos. A melhor
vocação é aquela que ajuda a nos realizarmos pessoalmente e nos tornarmos
instrumentos que ajudam a melhorar a realidade e a vida das pessoas que temos
em volta.
Vocação tem a ver com realização e não com posição, e
ela é boa quando a gente disfruta com as escolhas que um dia fez, quando a
gente vai crescendo e ajudando os outros a crescer. Vocação é caminho de
felicidade e isso é algo que a gente sempre procura, de diferentes modos, cada
um do seu jeito, mas que sempre vai estar presente em nosso pensamento.
Não tenhamos medo de responder, tenhamos a coragem de
assumir os chamados que a gente vai respondendo. Fazer isso com convicção vai
nos ajudar a sermos mais felizes, mas também a fazer realidade um mundo melhor
para todos e todas. Nunca esqueçamos que o chamado não é por acaso e que a
coragem sempre é necessária para que possamos continuar olhando para frente e
avançando no caminho da felicidade. Será que a gente topa?
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