quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Na abertura do Mês da Bíblia, Dom Walmor chama a “oferecer à nação brasileira um cristianismo autêntico, bonito, solidário, fraterno”


Uma missa no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais, presidida por Dom Walmor Oliveira de Azevedo, deu início neste 1º de setembro ao Mês da Bíblia, que está completando 50 anos. Ao longo do dia está programado atos em todo o país para comemorar uma caminhada iniciada em 1971.

Nesse tempo, a Igreja no Brasil tem vivenciado o Mês da Bíblia como um momento importante na vida da Igreja, buscando “anunciar a Palavra de Deus e a beleza de fazer ecoar no coração dos ouvintes a Palavra que renova e impulsiona à missão”, segundo recolhe o site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Podemos dizer que foi um dos frutos do Concílio Vaticano II, buscando aprofundar e vivenciar a Palavra, sendo proposto o estudo de um dos livros da Bíblia para cada ano.

Querendo fomentar a presença bíblica na vida das comunidades, ao longo desses 50 anos, tem sido criados subsídios bíblicos nas diferentes formas de comunicação, buscando assim facilitar o diálogo criativo e transformador entre a Palavra, a pessoa e as comunidades. Ao longo do mês de setembro, até a festa de São Jerónimo, o tradutor da Bíblia hebraico para o latim, facilitando assim o acesso aos textos sagrados, a Igreja do Brasil, como já é tradição, está chamada a aprofundar no conhecimento da Palavra de Deus.



Na sua homilia, o presidente da CNBB definiu o Mês da Bíblia como “uma pérola preciosa”, agradecendo a Deus pelo caminho de 50 anos na Igreja do Brasil em que tem sido colocada a Palavra de Deus em primeiro lugar. O arcebispo de Belo Horizonte lembrou que foi nessa igreja particular que nasceu o Mês da Bíblia, com o impulso inicial das irmãs paulinas, “que se tornou um patrimônio da Igreja no Brasil inteiro, colocando a Palavra de Deus em primeiro lugar”.

O presidente da CNBB lembrou a importância do Concilio Vaticano II e da Dei Verbum, que colocou a Palavra de Deus em primeiro lugar, superando uma distância de séculos da Igreja com a Palavra de Deus. O arcebispo fez um chamado a descobrir a importância da Palavra de Deus, lembrando isso no início da Semana da Pátria, momento em que “nós somos chamados a pensar de modo muito profundo, sério e comprometido sobre a nação brasileira que nós formamos, exigidos por uma cidadania qualificada, marcada pelo diálogo, pela solidariedade, pelo respeito, pela cooperação, por um olhar que atinge os mais pobres, sem radicalismos, sem polarizações, sem disputas”.

Dom Walmor mostrou seu desejo de que a luz da Palavra de Deus ilumine o caminho da reconstrução da sociedade brasileira, insistindo em que “nós os cristãos, temos que contribuir de modo cada vez mais decisivo”. O arcebispo de Belo Horizonte pediu viver esta semana “no respeito, no diálogo, no respeito às instituições democráticas”.



O presidente da CNBB destacou a figura de Maria naquilo que significa a compreensão da Palavra de Deus e como ela nos ajuda a colocar Cristo no centro da nossa vida. Dom Walmor destacou a importância da Palavra de Deus no dia a dia da Igreja, nas circunstâncias da vida, e nas famílias, como “instrumento para produzir em nós o amor que nosso coração precisa nutrir e ter em abundância para nos permitirmos viver um testemunho bonito e amoroso”. O arcebispo destacou que “a escuta da Palavra de Deus é a experiência importante, bonita, de fazer de nós servidores e servidoras da vida, especialmente daqueles que precisam mais, os pobres, os enfermos, os vulneráveis, aqueles que estão numa luta maior pelo dom da vida, que é dom sagrado, inviolável, dado por Deus a cada um de nós”.

Segundo o presidente do episcopado brasileiro, “celebrar o cinquentenário do Mês da Bíblia, significa para toda nossa Igreja no Brasil o primado da Palavra de Deus”. Por isso, o arcebispo fez um chamado a que “o anúncio da Palavra de Deus se torne por tanto, nesse caminho do Mês da Bíblia, a reafirmação do compromisso e a efetivação da missão de colocar a Palavra de Deus em primeiro lugar na vida da Igreja, na vida da família, na vida da comunidade de fé e na vida pessoal de cada um de nós”. Ele insistiu em “fazer ecoar em toda a Igreja do Brasil a centralidade da Palavra de Deus”, e assim “poder oferecer à nação brasileira um cristianismo autêntico, bonito, solidário, fraterno, que transforma mentes e corações e que nos faz irmanados como membros dessa nação”.

Finalmente, se referindo à Carta de São Paulo aos Gálatas, o livro proposto pela Igreja do Brasil para ser estudado neste cinquentenário do Mês da Bíblia, com o lema “Pois todos vós sois um só em Cristo Jesus”, pediu que seja instrumento “para que cresçamos no sentido de pertença, cresçamos no sentido de respeito mútuo e de diálogo, cresçamos no conhecimento da doutrina bonita da nossa fé, não como conceitual, simplesmente, não como rigidez, mas como experiência que brota e faz brotar em nossos corações a sabedoria do amor”.


Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1


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