Ao longo de dois dias, 20 e 21 de outubro, o Conselho
Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), onde participam
a presidência, os bispos presidentes das Comissões Episcopais Pastorais,
representantes dos Conselhos Episcopais Regionais e de pastorais e organismos,
reuniu-se virtualmente.
No encontro se fez presente o núncio apostólico no Brasil,
dom Giambattista Diquattro, que aos poucos quer começar a visitar as
arquidioceses para entregar o palio aos novos arcebispos. Ele refletiu sobre o Sínodo
que a Igreja está começando e se mostrou disposto a escutar as partilhas e
preocupações dos bispos do Brasil.
Ao longo dos dois dias de reunião tem sido debatidos 27
temas, dentre eles 59ª Assembleia Geral da CNBB, análises de conjuntura, Congresso
Eucarístico Nacional, Eleições de 2022, encontros da Presidência com as
macrorregiões, informes, Jornadas da Juventude e dos Pobres, Mês Missionário,
ministério de catequistas, Sínodo 2023 e questões de Liturgia.
Diante do ataque sofrido pela CNBB, pelo arcebispo de
Aparecida (SP), dom Orlando Brandes, e pelo Papa Francisco no pronunciamento do
deputado Frederico D´Àvila, a entidade dos bispos, segundo seu presidente está
consultando técnicos na área jurídica para verificar as próximas ações que serão
realizadas. O Brasil vive múltiplas crises “mutuamente dependentes”, segundo
foi colocado na análise de conjuntura.
Ao falar sobre a Animação Bíblica da Pastoral foi destacado
que as iniciativas de formação bíblica que já existem podem ser aproveitadas a
partir da familiarização das novas mídias e da tecnologia durante a pandemia. Junto
com isso, incentivar a troca de experiências e de uma cultura missionária da
palavra, dos ministros da palavra e dos círculos bíblicos.
Foi abordado o combate à fome, insistindo em que diante da
ausência ou insuficiência de políticas de combate à fome, sejam cumpridos os
preceitos fundamentais da Constituição, principalmente o direito à alimentação.
Em referência à 59ª Assembleia Geral da CNBB foi aprovado
que seja realizada em dois formatos e etapas. A primeira etapa, em formato
totalmente virtual, de 25 a 29 de abril de 2022, e a segunda etapa, de 29 de
agosto a 2 de setembro, de modo presencial. A presidência da CNBB tem se reunido
no mês de setembro com os bispos das 5 macrorregiões brasileiras, onde
apareceram como temas principais o contexto eclesial da Igreja (desafios e
perspectivas), o ano eleitoral de 2022, a 59ª AGCNBB e problemas e desafios de
cada região.
Em referência ao Sínodo 2023 as dioceses estão aderindo com
muito vigor, criatividade e força ao processo de escuta do Sínodo. Em vista das
eleições de 2022, o presidente da CNBB insistiu em levantar sugestões tendo em
vista um amadurecimento da atuação da entidade no contexto das eleições de
2022, uma vez que estas se apresentam como muito polarizadas. Foram colocadas
sugestões, propostas de formação e buscar um contato e maior diálogo e
aproximação com o mundo político. Serão 80 os participantes brasileiros na 1ª
Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, cujo material será enviado a
todos os bispos.
Desde a Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação foi
colocada a proposta de implementar a figura de um porta-voz na entidade, a instituição
de uma ouvidoria e indicações para o funcionamento do Comitê de Crise que já
existe. Segundo Dom Joaquim Mol, a comunicação é assunto que não é marginal,
ele é muito estratégico, muito importante.
A Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude já está
preparando a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, oferecendo materiais,
buscando o fortalecimento juvenil e a sinodalidade. Também foi apresentada a
preparação e programação para a V Jornada Mundial dos Pobres, que contará com
celebrações e material de reflexão.
Finalmente, a articulação brasileira para a Economia de
Francisco e Clara apresentou a agenda de atividades. Nos dias 19 e 20 de
novembro, haverá o II Encontro Nacional Economia de Francisco e Clara com o
tema “Território, coletividade e práticas econômicas alternativas”. Surgiu a
proposta de articulação nos regionais da CNBB e a oferta de formação para
padres e seminaristas.
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