A política, a arte de construir sociedade, se
apresenta como um elemento fundamental na vida da humanidade. Porém, as
atitudes daqueles que ocupam cargos políticos, tem provocado que essa arte
tenha se desprestigiado cada vez mais.
São inadmissíveis as atitudes com as que a gente se
depara, cargos políticos que, em vez de fazer propostas que ajudam a construir
a sociedade, a fazer realidade um mundo melhor para todos e todas, se dedicam a
insultar e denegrir àqueles que tem opiniões diferentes ou que denunciam aquilo
que não constrói sociedade e que, por tanto, não deveria fazer parte da
política.
O acontecido com o deputado estadual de São Paulo
Frederico D´Ávila, que insultou gravemente e acusou de algo que constitui um
crime, o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, o Papa Francisco e a
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, são um exemplo de atitudes que se
repetem no dia a dia dentro e fora do congresso, o senado, as assembleias
legislativas dos estados ou as câmaras de vereadores do Brasil.
Não podem ser toleradas palavras ou atitudes que, por
outro lado, estão presentes em muitos dos cargos políticos no Brasil, inclusive
em quem ocupa o lugar mais alto do poder executivo. O pior de tudo é que são
pessoas que ocupam esses cargos em consequência do voto popular, o que deve
levar à sociedade brasileira a refletir sobre a importância do voto e as
consequências que o voto tem na vida social.
Inclusive tem pessoas que apoiam, incentivam e batem
palmas diante desse tipo de atitudes. Quando nos deparamos com esse tipo de
gente, vamos descobrindo doenças cada vez mais presente numa sociedade enferma.
Uma sociedade onde o insulto e a ofensa se tornam argumentos, validados
inclusive por uma parte do coletivo social, deve recapacitar e tentar descobrir
suas falhas estruturais.
Insultar nos diminui, nos faz perder a razão, nos
afasta dos outros e de nós, pois a gente vai deixando para trás aquilo que nos
torna humanos. Uma das características próprias do ser humano e a capacidade
para debater, para contrastar opiniões diversas, para construir a sociedade a
partir de argumentos, que podem ser divergentes, mas que não podem ser motivo
para insultar.
O que fazer para desterrar da sociedade e da vida
pública todo tipo de insulto? Quais os argumentos que cada um de nós tem e que
nos permitem estabelecer pontes, também com aqueles que pensam diferente? São
questões que devem estar presentes na nossa vida, também nos espaços em que é
formada a personalidade das gerações mais novas. A sociedade se constrói com
atitudes, que não podem estar marcadas pelo ódio.
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