quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Desastres ambientais: consequência da falta de consciência e cuidado


As últimas semanas tem nos trazido as tantas notícias das enchentes, secas, destruição, sofrimento, morte, situações cada vez mais presentes no Brasil e no mundo, realidades que devem nos levar a refletir e descobrir o que a gente está fazendo de errado. O cuidado da Casa Comum se tornou algo para ontem, algo que deve ser assumido pela humanidade como uma prioridade inadiável.

Aos poucos, as pessoas vão se tornando conscientes disso, mas o caminho a percorrer ainda é longo. Fazer com que o cuidado do ambiente se torne algo assumido por todos é um desafio para o qual as pessoas precisam ser educadas. Querida Amazônia fala sobre “Educação e hábitos ecológicos”, insistindo em que “a grande ecologia sempre inclui um aspeto educativo, que provoca o desenvolvimento de novos hábitos nas pessoas e nos grupos humanos”.

Por isso, seguindo a proposta do Papa Francisco na exortação pós sinodal do Sínodo para a Amazônia temos que tomar consciência de que “não haverá uma ecologia sã e sustentável, capaz de transformar seja o que for, se não mudarem as pessoas, se não forem incentivadas a adotar outro estilo de vida, menos voraz, mais sereno, mais respeitador, menos ansioso, mais fraterno”, algo que é constituído a partir de processos educativos.


Estamos diante de uma disjuntiva entre cuidado e lucro, caminhos opostos que conduzem à vida e à morte. A falta de cuidado da Casa Comum é um claro exemplo daquilo que o Papa Francisco chama de economia que mata. São muitos os exemplos disso, especialmente nas últimas semanas, em que as manchetes dos jornais nos mostram as consequências da falta de cuidado com um Planeta que a cada dia sofre mais.

A tomada de consciência de cada pessoa é importante, mas também somos desafiados a exigir políticas públicas que coloquem o foco no cuidado da Casa Comum, e não no interesse de pequenos grupos de poder, que colocam o lucro acima da vida, especialmente dos mais pobres, que são os primeiros em sofrer as consequências das mudanças climáticas.

Diante de um poder público que olha para o outro lado, que favorece os poderosos, que promove a destruição daquilo que é de todos, somos desafiados a dar um chega e dizer que não aceitamos seguir num caminho que nos leva à destruição e a morte. É tempo de se organizar e procurar alternativas que visem a sustentabilidade do Planeta e de todas as espécies que o habitam.

Os sinais são cada vez mais claros, mas também é certo que não tem pior cego do que aquele que não quer enxergar. O que fazer para ajudar a sociedade a tomar consciência da situação que o Planeta e a humanidade vivem? Como ajudar os negacionistas a enxergar os sinais que provocam sofrimento, dor e morte? Como aprender a fazer realidade um Planeta sustentável, que não seja ameaçado? Não podemos esquecer que tomar consciência e aprender a cuidar é o caminho.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 - Editorial Rádio Rio Mar

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