Ao completar dois anos da exortação pós-sinodal Querida
Amazônia, Dom Edson Damian, lembra que “a convocação do querido Papa Francisco
para realizar um Sínodo Especial para a Amazônia, provocou grande alegria e
esperança entre as comunidades”.
O bispo de São Gabriel da Cachoeira lembra que “nós ficamos
muito felizes porque foi escolhido o padre Justino Sarmento Sarmento Rezende
para ser perito na elaboração do documento de preparação para o Sínodo, o
primeiro padre salesiano indígena da nossa região”.
Junto com isso, em segundo lugar, Dom Edson faz memória de que “nós recebemos o Documento Preparatório e as comunidades indígenas responderam com muita alegria as perguntas”. Nesse ponto destaca que “ouvi várias pessoas dizer: pela primeira vez o Papa quer escutar os povos indígenas, e como se sentiam felizes em participar”.
“Para a realização do Sínodo, por ser a diocese mais
indígena do Brasil, teve uma representação muito significativa na Assembleia
Sinodal, pois lá estava o padre Justino como perito, e foram escolhidas mais
duas religiosas indígenas, de duas diferentes congregações”, lembra o bispo.
Falando do conteúdo da exortação pós-sinodal, o bispo de São
Gabriel da Cachoeira, reconhece que “os sonhos do Papa Francisco na Querida
Amazônia vieram fortalecer os sonhos dos povos indígenas da Diocese de São
Gabriel da Cachoeira, que abrange a imensa bacia do Rio Negro, com 294 mil
quilómetros quadrados, e é a região melhor preservada da Amazônia”. Dom Edson
Damian lembra que “menos de 10% da floresta foi derrubada, e isto se deve à
presença dos povos indígenas. 90% por cento da população são povos indígenas de
23 etnias e ainda falam hoje 18 línguas”.
“Esses povos indígenas se identificam
plenamente com os sonhos do Papa Francisco, ainda mais quando são chamados
guardiões da floresta”, insiste o bispo. Ele lembra que os povos indígenas da
Diocese de São Gabriel da Cachoeira, “eles conhecem os segredos da terra e a
tratam como mãe, como casa comum”.
Avaliando os avanços nos sonhos recolhidos na Querida
Amazônia, Dom Edson disse que “no sonho eclesial, já há tempo estão acontecendo
celebrações inculturadas, com danças indígenas, cantos nas diferentes línguas,
um começo para irmos elaborando uma missa no rito amazônico”. O bispo lembra “um
princípio pastoral que nos orienta em todas as atividades, que é seguinte: ‘a
Boa Nova das culturas indígenas acolhe a Boa Nova de Jesus’. Antes da chegada
dos missionários, o Espírito Santo estava agindo a través das semina Verbi, que
foram colocadas nos corações dos povos indígenas e nas culturas desta região”.
Em relação ao sonho cultural, destaca que “algo novo já
começa a acontecer para concretizar o sonho cultural do Papa Francisco. Estamos
realizando entre nós, em colaboração com a Rede de Educação Intercultural
Bilingue na Amazônia (REIBA), o primeiro núcleo da educação escolar indígena
bilíngue com a ajuda da REPAM e dos padres jesuítas”.
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