Florestas, água, elementos fundamentais para a
sobrevivência da vida no Planeta Terra, para a humanidade ter um plano de
futuro. Seu cuidado resulta decisivo, mas será que nós temos consciência disso?
Na última segunda-feira 21 de março, foi comemorado o Dia
Internacional das Florestas, e no dia 22 de março o Dia Mundial da Água.
Infelizmente, para muita gente, isso passou batido, estamos diante de algo que
de fato pouco ou nada importa para uma grande parcela da população.
Será que somos conscientes das consequências dessa
falta de cuidado, ainda mais dessa falta de interesse? A destruição das
florestas, especialmente da Floresta Amazônica, tem aumentado exponencialmente
nos últimos anos. A mesma coisa podemos dizer da poluição das águas, um bem
cada vez mais escasso para bilhões de pessoas.
Poderíamos dizer que florestas e água são elementos
intrinsecamente relacionados. Sem florestas, a água diminui e sem água as
florestas morrem. As causas dessa situação muitas vezes têm a ver com a
ganância de uns poucos que prejudica toda a população, mas também com a falta
de um compromisso sério da sociedade em defesa daquilo que garante a vida em
plenitude para todos e todas.
Na Amazônia está sendo notícia nas últimas semanas
algo que muita gente já sabia, a alta concentração de mercúrio nos rios, o que
está atingindo a cada vez mais pessoas. Em algumas regiões 90 por cento da
população ribeirinha e 70 por cento da população urbana tem altas concentrações
de mercúrio no corpo, o que provoca doenças, em alguns casos muito graves.
Isso é consequência do garimpo, uma atividade cada vez
mais presente na região, muitas vezes com a conivência do poder público, que
ameaça gravemente as águas e em menor medida as florestas, mas que sobretudo
tem consequências muito sérias para a vida do povo e para a sobrevivência dos
povos indígenas e das comunidades tradicionais. Não podemos esquecer que eles
têm sido os guardiões seculares das águas e florestas amazônicas.
A preocupação com esse cuidado deve ser atitude
presente em todas as pessoas, mas esse chamado ainda é mais forte para aqueles
que acreditam no Deus Criador de uma Casa Comum que Ele mandou cuidar e
preservar. Um cristão que não se preocupa com o cuidado das águas, das
florestas e de tudo aquilo que é expressão do Deus Criador, deve se questionar
em referência a sua fé, pois o primeiro elemento que define Deus é ser Criador.
Mais uma vez estamos diante de uma oportunidade de nos
questionarmos como humanidade, de fazer escolhas sobre os caminhos a serem
trilhados. Diante do espólio que vemos em relação com as florestas e as águas,
qual é nossa atitude como pessoas, como sociedade, como igrejas? Somos
conscientes da importância do nosso compromisso urgente para com um maior e
melhor cuidado?
Nosso descaso terá consequências graves, o que nos faz
responsáveis pelo futuro da humanidade. Somos desafiados a um compromisso sério
que faça com que o rumo mude e a toma de consciência sobre o cuidado se torne
prioridade para todos e todas.
Participei de um projeto que consiste em falar sobre os desafios da sustentabilidade × o aquecimento global. Quanto mais pessoas tomarem consciência da gravidade da destruição planetária e suas consequências, mais esperança teremos que mudem de práxis. Estou prestes a colocar em prática, o resultado da minha pesquisa e o plantio de árvores nas cidades começando pelo bioma Cerrado.
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