Luta e resistência são condições indispensáveis na
conquista de direitos. Na sociedade brasileira, racismo e preconceito são
atitudes presentes em muita gente, o que deve levar a uma reflexão em busca de
desterrar aquilo que impossibilita a fraternidade e a cidadania plena.
!9 de abril é comemorado no Brasil o “Dia do Índio”.
Os povos originários do Brasil vêm reclamando há muito tempo que esse nome seja
mudado para “Dia dos Povos Indígenas”, uma terminologia que evita continuar
caindo em erros históricos, nascidos do fato de Américo Vespucio pensar que
tinha chegado às Índias.
O olhar folclórico em relação aos povos indígenas
ainda está muito presente na mente de muitas pessoas, ficando longe da
realidade que vivem os povos originários. A falta de respeito pelos diretos que
a Constituição Federal Brasileira os garante é uma realidade cada vez mais
presente, que deveria levar à sociedade a se posicionar em favor daqueles que
são os primeiros habitantes das terras que hoje são conhecidas como Brasil.
As ameaças contra o território, inclusive com o apoio
e incentivo do poder público, se tornaram uma constante. As dificuldades para o
aceso a direitos garantidos como é a saúde e a educação tem se tornado algo
cada vez mais presente, uma realidade que aumentou com a pandemia da Covid-19,
dificultando a sobrevivência desses povos, que tem visto como muitos dos seus
membros, especialmente os anciãos, vieram a óbito, algo que compromete os
conhecimentos tradicionais e com isso o futuro de sua cultura e identidade.
Por isso, o Dia dos Povos Indígenas tem que ser visto
como momento de reflexão, de resistência, de luta, de resgate de uma história e
uma cultura que carrega conhecimentos milenares, que tanto tem aportado na
construção de um mundo melhor. Diante das múltiplas violações que os povos
indígenas vêm sofrendo se faz mais do que necessário reagir para que esses
povos possam continuar conquistando espaços que lhes pertencem.
Os povos indígenas brasileiros passam por situações
vergonhosas, que deveriam indignar à sociedade, mas que são ignoradas. A
denúncia realizada esta semana pela Comissão Episcopal Pastoral Especial para o
Enfrentamento ao Tráfico Humano (CEPEETH), da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB), onde mostra seu repúdio diante da violência contra o povo
Yanomami, é mais um exemplo disso.
Não podem ser toleradas as violações e crimes que
sofre o povo Yanomami, vítima de alarmantes e desesperadores ataques criminosos.
A invasão do garimpo ao seu território tem provocado violência sexual contra
mulheres e crianças, algo que acontece com o completo descaso do governo
federal brasileiro.
O povo Yanomami, como acontece com os outros povos
indígenas no Brasil, “encontra-se ameaçado, violentado e em grande
vulnerabilidade sob precárias condições de vida, fome, desnutrição e sujeitos a
adquirirem doenças endêmicas, infectocontagiosas como a malária, dentre outras”,
denuncia a nota do CEPEETH.
A pregunta que devemos nos fazer é: será que vamos
ficar calados e continuar olhando para o outro lado?
Por mais denúncias como esta.
ResponderExcluirPor questão de decência; humanidade e respeito não podemos nos calar.
Indgnação e repulsa são os primeiros passos; depois o apoio e defesa enérgicas a esses povos que têm nos dado o exemplo de resistência e coragem.