sábado, 30 de julho de 2022

Conceição Silva: “A barriga dos pobres eram depósitos muito mais seguros que os novos celeiros”


No 18º Domingo do Tempo Comum somos chamados a refletir sobre a riqueza, o acúmulo de bens, segundo Conceição Silva. No comentário ao Evangelho afirma que “na parábola do rico insensato é retratado de forma negativa, com o exemplo de ganância, o fazendeiro rico estava planejando preencher a sua alma com banquetes e coisas desnecessárias”.

Segundo a coordenadora das Pastorais Sociais, “não se importou com todas as barrigas vazias de seus trabalhadores, não percebeu que a barriga dos pobres eram depósitos muito mais seguros que os novos celeiros que ele acumularia”. Ela destaca que “assim acontece com quem junta tesouros para si mesmo, acaba morrendo e deixando os filhos e outros brigarem pelos seus bens”.

Não podemos esquecer, segundo Conceição Silva, “que o acúmulo de bens, não garante a vida, o importante é ser rico para Deus, através da justiça, da partilha, da solidariedade para com o próximo”. Por isso, ela insiste em que “precisamos ser ávidos do amor de Deus que é a maior riqueza que podemos possuir”. A coordenadora das Pastorais Sociais da Arquidiocese de Manaus diz que “até esse amor não podemos guardar só pra nós, porque assim estaremos sendo também interesseiros e gananciosos”.



Frente a isso, Conceição ressalta que “precisamos levar o amor verdadeiro de Deus aos irmãos”. Segundo ela, “sabemos que é muito difícil mudar o mundo, não é fácil, principalmente quando você é mulher, pois apesar de sermos a maioria nas paróquias, ainda não temos o reconhecimento da nossa importância como cuidadora, consoladora, administradora e principalmente amorosa com o próximo”.

O texto do Evangelho do 18º Domingo do Tempo Comum “está nos provocando a uma nova proposta de solidariedade, compaixão e misericórdia”. Ela lembra as palavras do padre Júlio Lancellotti: “Não é possível comer o corpo de cristo e não assimilar nada, não mudar nada na sua vida”.

Conceição Silva vê que isso “acontece com quem junta tesouros para si mesmo, mas não é rico para Deus”. Ela relata várias pistas que Jesus dá para avançar nesse caminho: “Quem quer ser o primeiro seja o último; é melhor dá do que receber; o maior é o menor; preserva a vida quem perde a vida”.

Finalmente, faz um chamado a pedir ao Senhor dizendo: “Pai, preserva-me do apego exagerado às riquezas, as quais me tornam insensível as necessidades do meu próximo. Que eu descubra na partilha um caminho de salvação”. 

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1


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