segunda-feira, 4 de julho de 2022

Faleceu Dom Cláudio Hummes, uma voz em defesa da Amazônia


Faleceu nesta segunda-feira, 04 de julho, o Cardeal Cláudio Hummes, Arcebispo emérito de São Paulo, com 87 anos de idade, após prolongada enfermidade, segundo informou com uma nota de pesar e esperança o Cardeal Odilo Scherer, Arcebispo de São Paulo.

Nascido em Salvador do Sul (RS), em 08 de agosto de 1934 entrou na vida religiosa da Ordem Franciscana dos Frades Menores, recebendo a ordenação sacerdotal em 3 de agosto de 1958 e a ordenação episcopal em 25 de maio de 1975. Foi bispo diocesano de Santo André (SP), Arcebispo de Fortaleza e Arcebispo de São Paulo.

Sendo bispo de Santo André, onde permaneceu por 21 anos, se destacou pela defesa dos trabalhadores, por apoiar os sindicatos e participar de greves como bispo encarregado da Pastoral Operária na CNBB. Depois de dois anos como Arcebispo de Fortaleza, foi nomeado Arcebispo de São Paulo em 15 de abril de 1998, dando impulso à pastoral vocacional, à formação dos sacerdotes e à evangelização da cidade.



No Consistório de 21 de fevereiro 2001 foi nomeado cardeal pelo Papa São João Paulo II, sendo Prefeito da Congregação do Clero de 2006 a 2011. De volta ao Brasil, foi nomeado presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Rede Eclesial Panamazônica (REPAM) e da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA).

O Cardeal Hummes dedicou os últimos anos de sua vida à defesa da Amazônia e de seus povos, percorrendo muitas das igrejas particulares da região e sendo sempre uma voz em defesa de uma região onde o clamor da Terra e dos pobres é o mesmo. Ele não hesitou em denunciar o desmatamento, os megaprojetos predatórios e as doenças da terra e das pessoas.

O cardeal falecido sugeriu seu nome como pontífice ao Cardeal Jorge Mário Bergoglio. Eles estavam sentados juntos na Capela Sistina, dizendo ao amigo, no momento em que foi eleito: "Não se esqueça dos pobres".

No Sínodo para a Amazônia, Dom Cláudio foi relator geral, promovendo novos caminhos para a Igreja na Amazônia: inculturação e interculturalidade, a questão da escassez de sacerdotes; o papel dos diáconos e das mulheres, o cuidado com a Casa Comum no espírito da ecologia integral. Ele sempre insistiu em ver o Sínodo para a Amazônia como um processo, nas novas perspectivas que o Sínodo abriu para a Igreja da Amazônia e do mundo, algo que está sendo realizado com a aplicação das propostas sinodais.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Um comentário:

  1. SONO MOLTO ADDOLORATA PERCHE' L'HO APPREZZATO MOLTO NEI SUOI INTERVENTI AL SINODO DELL'AMAZZONIA A ROMA E HO LETTO I SUOI SCRITTI.GLI SIA LIEVE LA TERRA !

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