No dia 29 de maio, os primeiros raios de sol em Manaus
traziam uma notícia que foi motivo de surpresa para muita gente. Na verdade,
conhecendo a lógica do Papa Francisco, a escolha de um cardeal da Amazônia era algo
esperado. Ele é um Papa que gosta de ter por perto àqueles que vivem nas
periferias, pois é lá onde ele encontra as luzes para seu pontificado.
Foi nesse dia que, mais uma vez sem avisar ninguém, o
Papa Francisco convocou um novo consistório, que será realizado neste sábado,
27 de agosto, na Basílica de São Pedro. Entre os novos purpurados estará o
Arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Ulrich Steiner, a quem muitos já chamam o
cardeal da Amazônia ou o cardeal da floresta.
A nomeação de Dom Leonardo é mais um exemplo do que
tem acontecido em todos os consistórios convocados até agora pelo Papa
Francisco, onde sempre aparecem bispos de lugares desconhecidos e que nunca
tiveram um representante dentro do Colégio Cardinalício.
Pela primeira vez na história, um bispo da Amazônia
terá uma vaga no Colégio Cardinalício. Desde o primeiro momento, Dom Leonardo
deixou claro que sua nomeação não era algo que fizesse referência exclusiva a
sua pessoa, e sim um serviço que assumia em nome da Igreja e dos povos da
Amazônia. Uma região, uns povos e uma Igreja que ocupam um lugar importante no
coração do Papa Francisco, que convocou um Sínodo para a Amazônia que está
mudando a história da Igreja universal.
Dom Leonardo é franciscano, a ordem fundada pelo Santo
de Assis, que viveu e deixou como carisma o amor aos pobres e à Irmã Mãe Terra,
algo que desde o início de seu pontificado foi assumido pelo primeiro Papa que
assumiu o nome de Francisco. O Papa Bergoglio é um jesuíta com coração
franciscano, grande amigo do Cardeal Hummes, o franciscano recentemente
falecido, que dedicou os últimos anos de sua vida à Amazônia.
Nos primeiros dias como Bispo de Roma, o Papa
Francisco afirmou que ele gostaria de uma Igreja pobre e para os pobres, e sua
primeira encíclica, Laudato Si´, pode ser considerada uma atualização do vivido
e defendido pelo Santo de Assis oito séculos atrás. São princípios que guiam a
vida do novo cardeal, quem acostuma se encontrar e distribuir alimentos para os
moradores de rua de Manaus. Um arcebispo que apoia decididamente o trabalho com
os povos indígenas e as comunidades ribeirinhas, que denuncia os graves
impactos que sofre o bioma amazônico, em consequência da falta de respeito
pelas leis e princípios ambientais.
A nomeação de Dom Leonardo como cardeal é motivo de
alegria, mas também de esperança, pois a Amazônia terá mais alguém entre os
colaboradores mais próximos do Santo Padre. O colégio cardinalício contará com
uma voz que, como já está fazendo desde que assumiu o pastoreio da Igreja de
Manaus, vai defender a vida que se faz presente de modos tão diferentes na Querida
Amazônia.
Parabéns é pouco!
ResponderExcluirEstamos jubilosos e gratos!