Tudo aquilo
que a Igreja faz deve levá-la a se tornar visibilização do Deus descido, uma
reflexão que Dom Leonardo Steiner fazia na Assembleia Sinodal Arquidiocesana,
que acontece de 21 a 23 de outubro, fruto de um processo iniciado em março de
2021. O Arcebispo insistiu em que o que mobiliza a Igreja é o Mistério,
afirmando que “nossas estruturas não nos asseguram o Mistério de Deus”. Uma
Assembleia que quer ajudar a descobrir a necessidade de não ficar em eventos e
sim buscar linhas.
Linhas que
nascem do processo de escuta, que tem levado a descobrir a necessidade de “recuperar
elementos da sinodalidade que não somente considerem o caminhar, mas também o
Caminho”, segundo enfatizou o Padre Zenildo Lima. Isso para tratar de descobrir
“as dimensões nas quais e às quais nossa presença de Igreja deve se
intensificar, sinalizando o Reino de Deus mediante processos de ousadia
missionária que se constroem em dinâmicas de solidariedade”.
Elementos presentes
na reflexão da Assembleia Sinodal Arquidiocesana de Manaus, onde os
representantes foram avançando nos diferentes caminhos que querem ser trilhados. Isso na Missionariedade,
no caminho da Animação Missionária e com a Juventude; nas Comunidades
Eclesiais, no caminho para o fortalecimento das comunidades e a dinâmica
ministerial; na Formação, no caminho para a dinâmica ministerial e a vida
litúrgica; no Serviço à Vida, no caminho para a articulação das iniciativas; na
Ecologia Integral, Cuidado da Casa Comum, no caminho para integrá-las em toda
ação evangelizadora; na Articulação da Solidariedade e Autossustentação, no caminho
da partilha.
Caminhos
que para serem trilhado precisam de pistas de ação, que a Assembleia Sinodal foi
sugerindo de diferentes modos e que devem marcar a vida e a ação evangelizadora
da Igreja de Manaus no futuro. Pistas de ação que ajudem a aprofundar ou
descobrir elementos presentes ou novos, mas que sem dúvida devem ajudar na
vivência da fé do povo de Deus que peregrina na Arquidiocese de Manaus.
Um processo
sinodal que Andrey Marcelo Braga Santos considera muito bom, destacando o fato
de que “já começou lá atrás, nas comunidades, nas pastorais, em toda a Igreja,
e agora culmina aqui nestes três dias de reflexão”. O representante da Pastoral
da Juventude destacou que “aqui nós estamos entendendo que o caminho sinodal
não é marcar atividades ou eventos, é um processo contínuo de caminhada”.
Segundo
Andrey, “isso interfere em nossa vida pastoral, que vamos traçar mecanismos para
dar continuidade ao processo de evangelização de nossa Igreja, na
missionariedade, com os povos indígenas e com a juventude”. Ele demandou a
necessidade de que “nesta Assembleia Sinodal tem que sair como prioridade a
evangelização da juventude como processo de escuta e acompanhamento dos jovens
na Arquidiocese de Manaus”.
Uma alegria
e esperança também presente em Maria de Guadalupe de Souza Peres, que lembrou o
processo sinodal vivido desde a convocatória da Assembleia, sua riqueza,
destacando a perspectiva indígena, tão importante na região amazônica, “povos
que entendem melhor do que ninguém este momento e sabe cuidar dessa nossa casa
comum que a gente precisa tanto”. Junto com isso o trabalho das mulheres,
maioria nas paróquias e áreas missionárias, nas pastorais, no grande trabalho
que é feito, “são mulheres guerreiras que deixam sua família e vem se doar porque
querem uma Igreja em saída, aberta, misericordiosa”. Uma Assembleia que “está
plantando uma semente, sabendo que não é da noite para o dia que isso vai
acontecer”, insistiu a representante das Pastorais Sociais.
“Todo o caminho
percorrido foi um caminho realmente de escuta, um caminho onde agregou muitas
ideias, e hoje nesse desenrolar de nossa Assembleia Sinodal”, afirmou a Ir. Vera
Luzia Altoé, que se sente feliz e agradecida pela primeira vez estar
participando de uma assembleia sinodal. A religiosa, que faz parte da equipe de
coordenação da Assembleia Sinodal Arquidiocesana, diz perceber “que existem
muitas vidas e isso está sendo concretizado a través das escutas”. Ela destacou
que “as pessoas estão realmente se conscientizando cada dia mais do valor da
vida, do valor da comunicação, das nossas pastorais, dos nossos ministérios, e
assim por diante”. Um grito que nasce dessa ecologia integral, insistindo em que
“integrar toda essa ecologia já é uma missão evangelizadora muito grande”.
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