A atual
situação política brasileira, agravada pela campanha para o segundo turno da
eleição presidencial, a ser realizado em 30 de outubro, provocou diversas
reações da hierarquia católica no país.
Na semana
passada, foi o arcebispo de Belém (PA), Dom Alberto Taveira, que reagiu à
presença do Presidente Bolsonaro, candidato à reeleição, nos eventos em torno
do Círio de Nazaré. Nesta segunda-feira, 10 de outubro, foi o Arcebispo de
Aparecida, Dom Orlando Brandes, que mais uma vez reagiu à presença do
presidente, especialmente em um Terço a ser realizado no dia 12 de outubro,
festa da Padroeira do Brasil.
Na mesma
linha, a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu
uma nota na qual, a partir da citação do Livro do Eclesiástico na qual diz que
"Existe um tempo para cada coisa", eles dizem lamentar "a
intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar
votos no segundo turno".
Segundo a
presidência do episcopado brasileiro, que se pronunciou com força, "Momentos
especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para
apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às
eleições. Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
lamenta e reprova tais ações e comportamentos".
Suas
palavras são entendidas por muitos como uma crítica às atitudes do atual
presidente, embora evidentemente nenhum dos nomes que concorrem à presidência
do país neste segundo turno seja mencionado a qualquer momento.
Diante de
um fenômeno cada vez mais presente no país, os bispos insistem que "a manipulação
religiosa sempre desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais
problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil".
Diante de tais atitudes, eles afirmam que "é fundamental um compromisso
autêntico com a verdade e com o Evangelho.".
Portanto,
na nota é ratificado "que a CNBB condena, veementemente, o uso da religião
por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral".
Diante deste tipo de atitude, apoiada por grupos de diferentes igrejas cristãs,
especialmente do Pentecostalismo Evangélico, mas também de setores da Igreja
Católica, os bispos convidam todos os cidadãos, "na liberdade de sua
consciência e compromisso com o bem comum, a fazerem deste momento oportunidade
de reflexão e proposição de ações que foquem na dignidade da pessoa humana e na
busca por um país mais justo, fraterno e solidário".
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