quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Paz, uma urgência para o novo ano que estamos a iniciar


Pedir paz para o ano que nasce é um dos desejos presentes no coração de muita gente quando se encaram os últimos dias do ano. Uma paz que nasce da esperança, mesmo diante do “túnel obscuro e difícil da injustiça e do sofrimento”, que faz parte da realidade atual, segundo nos lembra o Papa Francisco em sua mensagem para o 56º Dia Mundial da Paz, que irá acontecer no dia 1º de janeiro.

Uma paz que se faz cada vez mais urgente e necessária, se tornando um desafio inadiável, também no Brasil, onde a violência tomou conta da vida cotidiana do povo. Na missa do dia de Natal fui testemunha de algo que se tornou corriqueiro na cidade de Manaus e no Brasil todo. Uma jovem mãe agradecia a Deus diante do fato de que no dia da Noite de Natal mais um ônibus, onde ela viajava foi assaltado, agradecendo porque mesmo tendo sido roubados diferentes pertences dos viageiros, não tinha acontecido nada fatal com ninguém.

Na Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz, ele afirma que “a guerra na Ucrânia ceifa vítimas inocentes e espalha a incerteza, não só para quantos são diretamente afetados por ela, mas de forma generalizada e indiscriminada para todos”. Ele reflete sobre os efeitos colaterais da guerra, algo que pode ser aplicado à violência no Brasil e em tantos lugares do mundo.



A guerra “representa uma derrota não apenas para as partes diretamente envolvidas, mas também para a humanidade inteira”, afirma o Papa Francisco. Ele desafia a encontrar soluções adequadas para o vírus da guerra, que segundo ele provém “do íntimo do coração humano, corrompido pelo pecado”. Do mesmo modo, a violência deve ser entendida nessa mesma perspectiva, e sua superação só será possível na medida em que nos deixemos mudar o coração para poder ver a realidade com um olhar diferente, um olhar que nasce da necessidade de promover a paz.

Algo que vai além de um interesse pessoal e que tem que nos levar a ver o bem comum como necessidade. Não se trata de buscar instrumentos para me defender e sim de incentivar um sentimento comunitário que nos leve a buscar a fraternidade universal. Um sentimento coletivo que transcende nossas individualidades e faz com que a vida seja vista desde um todo, buscando assim “a cura da nossa sociedade e do nosso planeta, criando as bases para um mundo mais justo e pacífico, seriamente empenhado na busca dum bem que seja verdadeiramente comum”, como nos diz o Papa Francisco.

Políticas públicas que ajudem a superar essas situações deve ser um dos pedidos para o novo governo que também assume o cargo no dia 1º de janeiro. Uma sociedade mais justa é fermento de uma sociedade em paz, sem violência, mais fraterna e humana. Todo ano é um novo recomeço e cada um e cada uma de nós somos chamados a fazer parte desse novo caminho que com o novo ano começa. É tempo de paz, mas isso também depende de mim e de você.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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