sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Regional Norte1 realiza formação para a CF 2023: “Fraternidade e Fome”


A Campanha da Fraternidade, “o jeito brasileiro de viver a Quaresma”, segundo o Padre Patricky Samuel Batista, tem como tema em 2023 “Fraternidade e Fome”. O Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), organizou de 2 a 4 de dezembro um encontro de formação para conhecer melhor essa temática.

Uma Campanha que busca “vivenciarmos a Quaresma na dimensão sociotransformadora, sociopolítica da fé, uma fé que tem que ser encarnada no chão”, afirmou Dom Adolfo Zon na acolhida dos aproximadamente 40 representantes de todas as dioceses e prelazias e das pastorais em nível regional.

Um encontro que conta com a assessoria do Padre Patricky Samuel Batista, a Ir. Gervis Monteiro e Dom Adolfo Zon. Ao longo dos três dias está sendo aprofundado o conteúdo da Campanha seguindo o método ver-julgar-agir, presente no Texto Base. O ponto de partida foi a partilha de como foi a preparação e vivência da Campanha da Fraternidade 2022 nas dioceses e prelazias, que teve como tema “Fraternidade e Educação”.

Ao longo do encontro, os participantes, a quem a Ir. Rose Bertoldo, Secretária Executiva do Regional, chamou a se sentir em casa, conheceram os objetivos da Campanha e foram refletindo a partir da realidade local. Uma temática que precisa ser iluminada à luz da Palavra, buscando chegar em ações concretas e estratégias de articulação da Campanha nas igrejas locais.



Dom Adolfo Zon destacou que o encontro “é um momento muito importante porque aqui se faz a apresentação da Texto Base, é apresentado o Objetivo Geral da Campanha, o que se quer atingir durante a Quaresma, e sobretudo ver quais ações podemos realizar das pastorais, dos movimentos populares para atingir os objetivos específicos”. O Bispo referencial das Pastorais Sociais no Regional Norte1insistiu na importância de abordar essa temática no momento atual.

“O Brasil depois da pandemia sofreu uma debilidade no combate à fome”. É por isso que “a Campanha vem para nos fazermos acordar, para nos colocarmos todos num mutirão e resgatar todas aquelas políticas, também aquela Campanha da CNBB de superar a fome no início do século, resgatar tudo isso para a través de uma mobilização do povo ir criando condições para diminuir os efeitos desta falta de alimentos”, lembrou o Bispo da Diocese de Alto Solimões.

“Quando os bispos escolheram o tema da fome foi uma continuidade da Campanha da Fraternidade de 2020, que se transformou na ação solidaria emergencial ‘É tempo de cuidar’”, disse o Padre Patricky. O coordenador de Campanhas da CNBB insistiu em que “tendo em vista o agravamento da situação de insegurança alimentar, também devido à pandemia da Covid-19 e às diversas opções que o governo fez de desmanche dos conselhos que favorecem uma alimentação de qualidade, os bispos então escolheram o tema da fome”.



Uma temática que é abordada pela terceira vez, depois de 1975 e 1985, e que “agora vem ainda mais agravado por esse contexto da pandemia”. O Padre Patricky destacou que “o tema traz diversas provocações, por exemplo o Brasil é conhecido no cenário internacional como celeiro do mundo”, se questionando: “Como é que ele permite que muitos dos seus filhos e filhas estejam nessa situação de fome, de vulnerabilidade social?”. Diante dessa realidade, “em linhas gerais, isso que os bispos esperam com a Campanha da Fraternidade, sensibilizar a sociedade para que a gente encontre caminhos de superação desses contrastes que existem em nosso país, para atender sobretudo os nossos irmãos e irmãs que estão nessa situação”, destacou.

Segundo o coordenador de Campanhas da CNBB, “a Campanha da Fraternidade é uma plataforma muito importante de diálogo com a sociedade. Prova disso a Campanha de 2017 que já falava da importância de nos envolvermos diretamente na construção de políticas públicas para que a gente possa cuidar sobretudo dos mais pobres”. Ele disse que “um dos caminhos que a Campanha apresenta é justamente essa parceria para que nós possamos ajudar a superar esse cenário, de sensibilizar a sociedade”.

“Daí alguns temas transversais que aparecem, como por exemplo a questão do desperdício de alimentos, políticas públicas que favoreçam também a agricultura familiar, e não simplesmente políticas públicas que favorecem o agronegócio e as comodities, mas que possam ser pensados realmente alguns programas”, afirmou o Padre Patricky, que como exemplo diz esperar “recuperar o PNE, Programa Nacional de Educação, que tem uma parceria com a agricultura familiar local”. Uma Campanha que segue uma dinâmica desde 2020: cuidar, dialogar, educar, alimentar.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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