Como um estímulo
de Jesus no caminho das bem-aventuranças são vistas por Dom Leonardo Steiner o
contive que aparece no Evangelho do 7º Domingo do Tempo Comum: “Sede perfeitos
como o vosso Pai Celeste é perfeito”. O Arcebispo de Manaus destaca que Jesus “sempre
nos apresenta a liberdade, a superação da lei, para nos assemelharmos ao Pai do
céu”. Um Deus que “cuida e vela a todas as criaturas. Está sempre guardando,
animando, vivificando. Ele é uma dinamicidade amorosa. Por isso per-feito!
Per-feito como nos diz a palavra, aquele que se está se per-fazendo, está na
ação de fazer, do amar e por isso, é!”.
O Cardeal
Steiner define o Amor como encontro, como doação, advertindo que “qualquer
sinal de reserva e de troca faz o eu correr o risco de sucumbir ao desejo da
posse e não da doação”. Ele fez ver que “o eu que ama ao dirigir o seu olhar para
o tu, permanece na contemplação da interioridade do amor e não se fixa jamais
em si mesmo. Nesse contínuo movimento do passar do meu para teu, o eu conquista
a si mesmo, tendo sempre presente que no amor todo eu é tu e todo tu é eu; cada
vez se é amado e amante, expressão única de amar. E nesse movimento, o tu e o
eu, permanecem na diferença e crescem e amadurecem na própria diferença e
identidade”.
Um amor que
ele vê como puro dom, “porque o amor se doa de forma incompreensível e sem
mérito algum nos amantes”. Um amor que não é conquista e sim “nossa morada,
pois morar é habitar no amor e ser habitado por ele”. Um Amor que é “um
instante de eternidade acontecendo no limite de um tempo finito”, pois “Deus é
amor!!, e por isso, sempre busca a cada um de nós e sempre está velando,
animando, vivificando todas as criaturas”.
Um Amor que é sempre um nós, sem limites e sem reservas, pura doação, liberdade, resgate, entrega, livre, aberto, a guiar e determinar a nossa vida, sem medida, infinito e incondicionado. O Cardeal questionava: “E somos capazes de amar como Deus ama?”. Ele respondia que “sim, pois fomos e somos concebidos, gerados, nascidos do Amor sem limites, infinito e incondicionado”.
A novidade
está em “amar como Deus ama", algo que se concretiza “em Jesus Cristo, um amor sem
limites, sem queixas, pura entrega, pura acolhida, olhar de misericórdia,
despojamento total, pobreza completa de encontro”. Um amor que sai, que busca, acolhe,
oferece a misericórdia.
Segundo Dom
Leonardo, “o Evangelho nos provoca a sermos todos irmãos, irmãs”. Ele afirma
que “em Cristo fomos todos feitos geração de Deus. Gerados pelo amor que é
Deus, salvos no amor que é o Crucificado-ressuscitado. Amarás e não odiarás!”.
Até o ponto de que em palavras de Santo Agostinho: “Ao amar o teu inimigo,
desejas que ele seja para ti um irmão”.
O Arcebispo
de Manaus afirmou que “somos convidados no amor a termos uma percepção mais
real e profunda de cada irmão, de cada irmã. Em Cristo não somos inimigos,
somos sempre irmãos e irmãs a caminho”. Frente a isso ele denunciou tudo o que
nos leva hoje a sermos inimigos, pois “as ideologias, as opções políticas têm
nos levado a atitudes, ações e palavras de inimigos que expressam o desejo
viver na distância, separados, e às vez até mortos”.
Recordando
as palavras do Papa Francisco, Dom Leonardo recordou como “alguns setores da
política como de certos meios de comunicação, por vezes incita-se à violência e
à vingança, pública e privada”. Nesse sentido, ele disse que “temos a impressão
de que deixamos de ser irmãos e irmãos e assim mesmo nos afirmamos cristãos,
católicos”. Por isso, o Cardeal insistiu em que “se quisermos ser discípulos de
Cristo, se quisermos ser chamados de cristãos, este é o caminho: Amados por
Deus, somos chamados a amar; perdoados, a perdoar; tocados pelo amor, a dar
amor sem esperar que os outros tomem a iniciativa, que o outro corresponda;
salvos gratuitamente, a não buscar lucro algum no bem que fazemos”.
Quando
Jesus diz: “Amai os vossos inimigos”, Dom Leonardo destaca que “são palavras
diretas, palavras precisas”, ressaltando que “amar os inimigos e orar pelos que
perseguem, é a novidade cristã, a especificidade de quem deseja seguir a Jesus.
O próprio, o único, o imprescindível, o essencial, de que quem segue a Jesus,
está no amar”. Por isso, ele afirmou que “o único extremismo cristão lícito é o
amor”, lembrando as palavras do Papa Francisco.
“Assim,
seremos per-feitos como é per-feito o Pai do céu. Deus é amor, pois o amor o
faz, é o seu ser. Para ele não existem inimigos, mas filhos e filhas”, segundo
Dom Leonardo. Ele insistiu em que “somos filhos e Filhas do Pai que está nos
céus, quando amamos os nossos inimigos e rezamos por aqueles que nos perseguem!”.
Finalmente,
o Arcebispo de Manaus convidou a seguir Jesus, a que “trilhemos as sendas do
Evangelho, perseveremos no caminho do amor”. E junto com isso que “Deus nos
conceda a graça de sermos amados e amantes; a amar como Ele ama, a viver sem inimigos”.
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