"Cada povo que conseguiu sobreviver na Amazónia tem a sua própria identidade cultural e uma riqueza única num universo multicultural" (QA 31)
Um grupo de missionários da Tríplice Fronteira Brasil-Peru-Colômbia, formado por leigos e leigas, religiosos e religiosas, e padres, que vivem em cidades e comunidadaes dos três países, de três jurisdições eclesiais diferentes, e partilham a vida e a fé com o Povo Magüta, elaborou um projeto de fortalecimento deste povo indígena originário do território.
"Magüta" é uma palavra da língua Ticuna que significa "aqueles que foram pescados", segundo a história de origem, o início do povo se deu quando Joi pescava peixes no rio e quando estes tocaram a terra, tornaram-se gente, dando origem ao Povo Magüta.
Com grandes desafios em relação às distâncias, às diferentes línguas e à rica identidade cultural do Povo Magüta, realizamos o II Encontro de Agentes de Pastoral, com 50 participantes de 9 comunidades indígenas Ticuna, de 19 a 21 de julho, na Comunidade Umariaçú I, no Brasil.
Foram três dias de trabalho em que o processo metodológico do encontro em profundo diálogo com a cultura, permitiu reconhecer que o Povo Magüta foi "Peixe para a liberdade" é "Chamado à vida plena" e "Enviado a partilhar a fé", cada momento foi vivido com alegria, participação, cantos e danças.
O enriquecimento da experiência foi expresso tanto pelos indígenas como pelos missionários, todos eles agradecidos à comunidade acolhedora e à equipe coordenadora que não mediu esforços para que o encontro fosse um sucesso.
O Papa Francisco diz-nos que "a Igreja é chamada a caminhar com os povos da Amazônia" (QA 61) esse é o segredo, navegar juntos, viver com eles, conhecer-se, respeitar-se, amar-se como família, cuidar da vida ameaçada, fortalecer a cultura e crescer em Dignidade.
Muito obrigado a todos aqueles que, de diferentes formas, apoiam e sustentam estas iniciativas da Igreja sinodal na Amazónia que se expressa a partir do seu rosto indígena.
Verónica Rubí, missionária leiga na diocese de Alto Solimões
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