A fé cristã é vivida em comunidade, caminhando junto
com os outros, uma dimensão presente nas comunidades eclesiais de base, que
nesta semana estão realizando o 15º Intereclesial, com o tema: “CEBs, Igreja em
saída na busca da vida plena para todos e todas”.
Em Rondonópolis (MT) se fazem presentes mais de 40
representantes das dioceses e prelazias que fazem parte do Regional Norte1 da
CNBB. Junto com eles estão participando do 15º Intereclesial Dom José Ionilton
Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara, e o cardeal Leonardo
Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1.
Na Amazônia, as pequenas comunidades são fundamentais no
processo evangelizador, comunidades que são expressão de uma Igreja em saída,
de uma Igreja que busca vida plena para todos e todas. O desafio é fazer com
que essa reflexão possa fazer parte do processo evangelizador nas Igrejas da
Amazônia. Quando essa reflexão não é levada às bases estamos diante de mais um
evento, que não ajuda no caminhar da Igreja que se faz presente nas bases.
Uma Igreja que quer viver a sinodalidade tem que ser
uma Igreja onde o caminhar junto se torna uma necessidade e vão se dando os
passos para que isso se torne uma realidade concreta na vida cotidiana das
comunidades. Uma Igreja atenta à realidade, que olha o que acontece em volta,
na vida das pessoas, e leva para essas pessoas, especialmente para os mais
pobres e sofredores, uma proposta de vida, de cuidado.
O que fazer para ser próximos daqueles que mais
sofrem? Como ser voz de Deus na sociedade atual? Como ter um olhar que enxerga
a vida do povo que mais sofre e se preocupa em criar melhores condições de vida
para essas pessoas? Como trazer para a vida da comunidade aquilo que faz parte
da vida do povo?
Não podemos ser indiferentes diante daquilo que
acontece do lado de fora de nossas comunidades. Seguindo o exemplo de Jesus
somos desafiados a contemplar a realidade com o olhar de Deus, um olhar que
atinge nosso coração de batizados e batizadas, mas também atinge a vida
comunitária. Um olhar que nos faz mais empáticos com o que acontece em volta da
gente, com o que acontece na vida do povo.
Ser Igreja em saída que busca vida plena para todos e
todas tem que ser mais do que um lema, tem que ser uma atitude que nos
compromete, que mexe com nossa vida, que nos converte e nos faz sair de nós, de
nosso mundo fechado, inclusive como Igreja, que nos leva a não nos preocuparmos
só com o que é nosso, mas também com o que é dos outros.
Uma Igreja que é missionária, que se preocupa com se
fazer presente na vida de outras pessoas, evitando ser sempre os mesmos, um
encontro após outro encontro, uma celebração atrás outra celebração, uma
reunião atrás outra reunião. É tempo de agir, de olhar para fora, de enxergar o
que muitas vezes não queremos ver, inclusive de querer ver aqueles que nunca
foram enxergados.
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