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missionários e missionárias chegados de diferentes países e regiões do Brasil
iniciaram neste 24 de julho o Curso sobre a Realidade Amazônica, organizado
pela Faculdade Católica do Amazonas, em parceria com a CNBB Norte 1, a Comissão
Episcopal para a Amazônia e em comunhão com a REPAM (Rede Eclesial
Panamazônica), que até 05 de agosto pretende “formar agentes de evangelização a
serviço da vida nestas terras e águas”.
O curso responde
ao desejo expressado pelos bispos da Amazônia em 2013, “investir na formação de
presbíteros e de irmãos e irmãs de vida consagrada – autóctones e os que chegam
de fora – para que sejam despojados, simples, não busquem a autopromoção, que
sejam missionários e vivam em maior sintonia e contato com as comunidades e
saibam trabalhar em equipe com os/as leigos/as, evitando centralismo,
clericalização e autoritarismo”. É por isso, que o curso “pretende ser este espaço
formativo de acolhida, reflexão e aprendizados para o serviço missionário neste
chão e nestas águas”.
Os
participantes do curso, seguindo uma metodologia participativa, irão receber ao
longo de duas semanas “um conjunto de informações mais sistematizadas sobre a
própria região amazônica, concentrando sua reflexão sobre o humano, o meio
ambiente, a vida e a ação evangelizadora da Igreja. O curso pretende
possibilitar uma imersão no território, na história e temáticas contemporâneas
da realidade amazônica, refletindo sobre as questões pastorais emergentes para
compreender a missão da Igreja como ‘amazonizar’ a teologia e as práticas
missionárias, a partir de uma metodologia sinodal, descolonial e intercultural”.
As
temáticas abordadas têm a ver com a Antropologia, a Realidade sócio-política-econômica
da Amazônia, os Movimentos Migratórios, a História da região amazônica e do
cristianismo na Amazônia, os Povos Indígenas, Ribeirinhos e Urbanos, Bíblia e
Teologia, Criação e Ecologia, Missiologia e Inculturação, Espiritualidade e
Missão, a Identidade Eclesial, o Encontro de Santarém e o Sínodo para a Amazônia,
os Grandes desafios pastorais e a Rede Eclesial Pan Amazônica. Também será
abordada a Espiritualidade da Ecologia Integral e Laudato Si, a Juventude na
Amazônia, a Questão indígena na Amazônia e o trabalho da Rede Um grito pela
vida.
O cardeal
Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da CNBB, que
presidiu a Eucaristia de abertura, destacou que “o nosso Regional tem
organizado todos os anos esse encontro com os missionários e missionárias que
vem para nossa região, e é um encontro muito importante para abrir horizontes e
as pessoas perceberem que vem para uma realidade que não é a realidade do país
de onde vieram”. Dom Leonardo disse que “nós podemos proporcionar eles
dimensões que possam ajudar na missão, se sentirem ainda mais missionários e
missionárias, se sentirem ainda mais enviados e enviadas, mais vocacionados e
vocacionadas à missão”.
Segundo o
presidente do Regional Norte1 da CNBB, “é importante recordar aquilo que dizia
o Documento de Santarém em 1972 retomado no Documento de 2022, encarnação e
libertação, essas duas dimensões tão importantes, essas duas diretrizes que
ajudam a orientar a nossa missionariedade, a missão da nossa Igreja que está na
Amazônia”. O cardeal Steiner insistiu também em “esses missionários e
missionárias puderem perceber a recomendação que faz Papa Francisco dos quatro
sonhos. Levarmos em conta toda a realidade, a realidade social, a realidade
eclesial, a realidade cultural, a realidade ambiental”.
O arcebispo
de Manaus ressaltou que “é ali que a Igreja vive, é nessa casa comum que a
Igreja vive e que ela dá testemunho, é ali que ela vive e anuncia o Evangelho,
e tudo necessita de transformação, tudo necessita de libertação”. Segundo Dom
Leonardo, “talvez eles assim vão percebendo que há uma necessidade de
inculturação, uma Igreja que procura se inculturar. O longo caminho que as
igrejas na Amazônia têm percorrido e que nós desejamos que esses missionários e
missionárias também possam percorrer e aprender. Se eles aprenderem a escutar
já terão feito a metade do caminho”.
Ir Antônia,
das Franciscanas Missionárias da Mãe do Divino Pastor, chegou de Moçambique
para ser missionária na diocese de Roraima. Ela vê sua participação no Curso de
Realidade Amazônica como “colocar os pés no chão, mãos na massa e escutar a
realidade”. A religiosa insiste em que diante da atitude de alguns missionários
e missionárias de chegar nos lugares para ensinar, ela disse que “aqui não é
para ensinar, é para aprender com o diferente, e com o diferente tentar fazer a
vida com a sensibilidade do povo amazônico”.
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