Os 1.500 participantes do 15º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, realizado em Rondonópolis (MT), de 18 a 22 de julho de 2022, enviaram uma “Mensagem às Comunidades” (ver aqui), que recolhe a alegria que marcou o encontro. Um encontro guiado pelo método ver-julgar-agir, que “revelou a identidade das comunidades com seus mais variados membros”, que segundo o texto “nos fizeram sentir o calor do testemunho, da resistência e da resiliência. Um rosto latino-americano, com expressões de todas as regiões do Brasil e de outros países”.
Ao longo do
15º Intereclesial, os participantes afirmam ter visto “que a desigualdade
social é fruto de um sistema capitalista neoliberal, político e financeiro, de
natureza excludente e concentrador de renda”, constatando em decorrência dele uma
triste realidade, que a mensagem relata com detalhe.
Com relação
ao interno da Igreja, o texto afirma que “por um lado, as CEBs se ressentem
pela falta de apoio de parte significativa do clero e, por outro, sentem-se
fortalecidas pelo carinho e atenção do Papa Francisco, com suas atitudes e
documentos, e por um grupo de bispos, padres, religiosas e religiosos que
caminham juntos, na trilha da Igreja Povo de Deus”. Ele destaca que “há nas
CEBs, grande esperança no processo sinodal em curso, fomentando um imenso sonho
de comunhão e participação em todos os âmbitos eclesiais, por uma Igreja toda
ministerial, superando o clericalismo”.
O horizonte
de um novo céu e nova terra, marcou o caminhar do encontro, vistos como “horizontes
dos sonhos, mas também se constituem no princípio articulador das mais diversas
utopias que apontam para a grande utopia do Reino, realizado em Jesus e
antecipado na vida das CEBs”. É por isso que, segundo a mensagem, “as CEBs,
qual mulher grávida, continuam gerando o novo, recriando os caminhos de
libertação, sob o impulso do verbo sair, que funciona como um fio condutor de
toda a nossa existência”.
Os
participantes do 15º Intereclesial dizem se sentir enviados a “cuidar para não
perdermos o entusiasmo, para não banalizarmos a missão, para que as CEBs sempre
tenham o coração ardendo pela Palavra e os pés firmes na caminhada do povo
periférico”, relatando alguns elementos a serem cuidados: grupos bíblicos de
reflexão, a memória martirial e profética, as estruturas de comunhão e
participação, o protagonismo das mulheres e das juventudes, a vida plena dos
povos originários, a aliança e parceria com os movimentos populares, a força da
sinodalidade que está na comunidade e dos processos de formação permanente. O
texto destaca o fato de “valorizar a força dos pobres nas iniciativas
comunitárias e não deixar que nos roubem as comunidades!”
Nenhum comentário:
Postar um comentário