O Congresso
Missionário Regional Norte1 é um momento importante em preparação para o 5º
Congresso Missionário Nacional que será realizado em Manaus de 10 a 15 de
novembro. Uma oportunidade para refletir sobre a responsabilidade da Igreja
local pela missão aos confins do mundo, uma temática abordada pela Ir. Regina
da Costa Pedro, diretora das Pontifícias Obras Missionárias no Brasil.
A religiosa
do PIME iniciou sua fala questionando a vinculação da Igreja local com a Igreja
universal na dimensão missionária, os avanços que estão se dando e em que
medida as igrejas locais precisam se converter na dimensão
pastoral-missionária, e os sinais dessa conversão.
“A Igreja
é, por sua natureza, missionária”, ressaltou a Ir. Regina Pedro, que incidiu em
que “a missão e a fé cristã andam sempre juntas, e só é possível assumir e
viver a missionariedade e cooperar na missão a partir da fé”. Partindo da ideia
da Igreja Corpo de Cristo, a diretora das POM Brasil questionou como o Concílio
Vaticano II vê as “Igrejas locais” e quais as implicações dessa visão, fazendo
um chamado a redescobrir o significado da “Igreja local” no Vaticano II e a
relação entre a Igreja universal e as igrejas locais, o que é conhecido como
teologia da comunhão, pois “a comunhão com as outras Igrejas (no sentido de reciprocidade
e solicitude de cada uma para com todas) é constitutiva da natureza de cada
Igreja local”.
Segundo a
diretora das POM Brasil, “a missão é essência da Igreja universal e local”,
ressaltando que a missão “é o fim da existência da Igreja”, até o ponto de que “é
Igreja verdadeira se testemunhar que Deus ama não somente a nós, mas a todos”.
É por isso que “a Igreja é ‘local’ para indicar o lugar a partir do qual deve
olhar o mundo, e não para indicar o lugar onde encerrar o nosso olhar”.
Ninguém
pode esquecer que “as igrejas locais são necessariamente missionárias e sua missão
é universal”. De fato, a Igreja local é sujeito da missão universal e enviada
aos que não creem. Por isso, a responsabilidade das igrejas locais na
cooperação missionária, da missão ad gentes, centrada em Deus, e exigências
para todas as igrejas locais.
A religiosa
refletiu sobre a conversão missionária que tem que levar a Igreja a um estado
permanente de missão, nas estruturas e consciência de que todos são chamados a
colocar-se em estado permanente de missão. Nessa conversão, o Papa Francisco
chama a cinco saídas estratégicas: das estruturas caducas, de si mesmos, das
relações excessivamente hierárquicas, de uma pastoral de manutenção, das
fronteiras.
Uma conversão
que leve a entender que “missão é vida, não só ação”, não é só programática, é
paradigmática, “é pedido aos discípulos para construírem a sua vida pessoal em
chave de missão”. É entender, seguindo as palavras do Documento 100 da CNBB, a exigência
de “passar de uma pastoral ocupada apenas com as atividades internas da Igreja,
a uma pastoral que dialogue com o mundo”. Uma conversão missionária que leve a não
deixar as coisas como estão, segundo fala o Papa Francisco em Evangelii Gaudium.
Uma reflexão que deve ser levada as igrejas locais, às paróquias e comunidades
do Regional Norte1.
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