A luta pelos
direitos da mulher se tornou uma atitude cada vez mais assumida, nem só pelas
mulheres, mas pela sociedade como um todo. O dia 8 de março é uma data significativa
nessa batalha iniciada nos primeiros anos do século XX, sendo definida em 1975
como Dia Internacional das Mulheres, pelas Nações Unidas.
Uma data que
provoca controversas na sociedade, que é vista como obrigação, direito ou
necessidade, mas também é considerada por outras pessoas como algo
desnecessário. As opiniões divergem, pois os direitos nem sempre são vistos do
mesmo modo. Tem o ditado que diz que “pimenta no olho dos outros é refresco”, o
que nos leva a dizer que muitas reclamações e lutas por direitos não são
entendidas por aqueles que tem uma visão diferente da realidade.
Na verdade,
reclamar direitos nunca foi um erro e sim uma atitude de coragem em busca de
uma sociedade mais justa. Essas lutas têm construído ao longo da história
aquilo que tem ajudado a modelar um mundo melhor para todos e todas. Tem sido
um caminho longo, dificultoso, mas que foi dando frutos, maiores ou menores,
mas com o tempo os avanços têm acontecido.
O que não deveria acontecer, mesmo que sabemos que muitas pessoas, inclusive muitas mulheres caem nessa tentação, é nos desentendermos de continuar lutando pelos direitos que em teoria são garantidos, mas que nem sempre são realizados em favor das mulheres. Ficar de braços cruzados não deve ser a atitude a ser seguida. Isso porque ninguém deve aceitar que seus direitos sejam menosprezados.
No final das
contas, os direitos são fruto da luta histórica de muitas pessoas que
empenharam sua vida para que assim fosse. Continuar cobrando esses direitos em
nível social e político, em todos os âmbitos que fazem parte da vida social, é
uma necessidade, que vai ter seus frutos em nossas vidas, mas também na vida
das gerações vindouras.
O problema é que
numa sociedade cada vez mais marcada pelo individualismo, onde as preocupações
das pessoas não ultrapassam o próprio ego, incentivar as lutas sociais é algo
cada vez mais difícil. Na maioria dos casos, não é por ser contra essas lutas e
sim por falta de interesse com o que puder acontecer com os outros, inclusive
com o que pode acontecer com a própria pessoa.
O desmoronamento
social é uma realidade cada vez mais plausível, uma realidade que serve para
que aqueles que tem o poder, nos diferentes campos em que ele se concretiza, se
aproveitem para impor seu modo de entender essa realidade, que de diversos
modos é manipulada por aqueles que mandam. Uma situação que nem sempre é
percebida e ainda menos enfrentada.
Sermos conscientes
disso, independentemente de nossa condição de mulheres ou homens, é uma
urgência inadiável. As lutas devem ser mantidas sempre, nunca podem ser
abandonadas. Cair nessa tentação vai fazer com que as pessoas deixem de ser
tratadas como gente e passem a ser vistas como engrenagens de um sistema que
nos consume.
Belíssimo texto! Parabéns, Pe. Luiz!
ResponderExcluir