A fraternidade
deveria ser uma necessidade na vida de todo ser humano, na vida da sociedade
como um todo. Uma atitude que nos leva a ver o outro como um irmão, como uma
irmã, a acolher aquele que chega perto de nós, também aquele que é diferente,
aquele que vem de longe, o estrangeiro, o migrante, tantas vezes vítima de
exclusão, de desrespeito em seus direitos fundamentais.
Estamos celebrando
a Semana do Migrante, que nos desafia a alargar a nossa tenda, a criar espaços
de acolhida em nossa vida, em nossas famílias, em nossas comunidades eclesiais.
A migração é um fenómeno que tem diversas causas, e uma delas é as mudanças climáticas.
Daí o tema da 39ª Semana do Migrante, que nos leva a refletir sobre o cuidado
da casa comum.
A migração forçada
é uma realidade presente no mundo, são muitas as pessoas obrigadas, por
diferentes motivos, a deixar tudo para trás e se aventurar numa nova
experiência de vida, as vezes longe, muito longe de casa, de tudo aquilo que
dava segurança na vida da pessoa. Se adentrar num novo modo de vida, numa
cultura diferente, numa língua que custa entender e falar.
Nessas situações,
o perigo aumenta e o risco de se tornar vítimas das diversas explorações que
fazem parte do tráfico de pessoas aumenta. As redes do crime organizado se
aproveitam da vulnerabilidade dessas pessoas, exploradas sem escrúpulo por
criminosos sem entranhas, sem a mínima empatia com os outros seres humanos.
Combater essas
situações é um dever para quem tem fé, mas ao mesmo tempo se faz necessário "acolher,
promover, acompanhar e integrar”, segundo insiste o Papa Francisco. Um
compromisso comum que vai além quando ele é assumido por todos, quando todo
mundo se envolve e olha o futuro com esperança.
Eu estou disposto
arrimar o ombro? Descubro a necessidade de me comprometer para que a vida
daqueles que passam por momentos de dificuldade possam melhorar? Em minha vida
tem lugar para aqueles que procuram uma vida melhor, para aqueles que por
diversos motivos foram obrigados a iniciar a vida longe de onde eles viviam?
Nos questionarmos
sobre essa realidade pode ajudar os outros a ter vida em plenitude, a evitar
situações de sofrimento. Ser fraternos é o caminho para um mundo melhor, para
concretizar o Evangelho, a proposta de Jesus, que sempre pensa nos últimos,
naqueles que por diversos motivos sofrem, mas querem continuar caminhando e
construindo um mundo melhor para todos e todas.
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