Aparecida acolhe
de 12 a 14 de julho de 2024, no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de
Almeida, o 8º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (Pascom Brasil). O
tema será “Pastoral da Comunicação em uma mudança de época: desafios e
perspectivas” e se espera a presença de 900 participantes, com uma programação
que contará com conferências, roda de conversas e diversas atividades
temáticas.
Segundo o
coordenador nacional da Pascom, Marcus Tullius, na Igreja do Brasil, no âmbito
da comunicação, “a pandemia foi um divisor de águas para pensar a Pastoral da
Comunicação”, insistindo em que “quem já tinha algum trabalho, teve que se
reinventar, teve que renovar, criar algo novo. Quem não tinha nada e tinha
alguma resistência à comunicação, teve que entender e aceitar a duras penas que
não dava para não fazer nada”.
“Diante disso, os
desafios se duplicaram e as perspectivas também”, afirma Marcus Tullius. Ele
lembrou que “se duplicaram porque nós temos um número grande de pessoas que
comunicam, mas que só fazem comunicação de uma maneira muito instrumental, e
que não entenderam que é comunicar na Igreja a partir daquilo que são as
próprias orientações do Magistério, aquilo que a gente vem refletindo, que é
fruto das práticas, dos estudos de comunicação na Igreja do Brasil”.
O coordenador da
Pascom Brasil vê como principal desafio “passar da visão puramente
instrumental, reducionista, para uma compreensão mais ampla de comunicação”.
Ele ressalta os próprios desafios da comunicação digital, da cultura digital,
lembrando que o Brasil é um dos países que se tem um maior consumo de internet,
cada brasileiro passa conectado uma média de nove horas e três minutos, mais do
que a media global, com grandes consumo de mídias sociais, de plataformas e
redes sociais, e isso também na Igreja.
Isso faz com que
“tudo aquilo que está inserido nessa cultura digital também impacta na prática
pastoral”, segundo Marcus Tullius. Ele coloca como exemplo “a disseminação de
Fake News, os processos de desinformação, as polarizações, os debates
acirrados, que estão presentes nas questões sociopolíticas, mas também nas
questões religiosas”. Desafios a ser enfrentados hoje, dentro dessa mudança de
época, afirmou, lembrando as palavras do Papa Francisco num discursos à Cúria
Romana, “não são mais acontecimentos, mudanças lineares, mas elas são cíclicas,
é tudo acontecendo ao mesmo tempo”.
Diante da
realidade da Inteligência Artificial e sua influência na comunicação na Igreja,
ele destaca que “a Inteligência Artificial, ela só vai mudar se nós partirmos
daquilo que o Papa Francisco nos orienta, que deve ser uma comunicação a partir
do coração, uma sabedoria que vem do coração”. Segundo Marcus Tullius, “nós
talvez ainda estejamos encantados, deslumbrados com a Inteligência Artificial
pelas suas potencialidades e as facilidades que ela trouxe para nós”. Exemplos
disso é a produção de textos muito rápida, áudios, vídeos, imagens, e “vamos
perdendo a processualidade”, afirma.
Uma realidade que
demanda que “nos lançar enquanto Igreja para conhecer estas realidades, como da
Inteligência Artificial, e sem perder aquilo que é processo, sem perder aquilo
que humano, porque se perdermos isso, vamos perder o que está na essência dos
processos de evangelização, vamos perder aquilo que está na própria tradição da
Igreja, na tradição comunicadora da Igreja”, ressalta Marcus Tullius. Ele faz
um chamado a “olhar para essa realidade premente da Inteligência Artificial, e
com discernimento, com bom senso, buscar utiliza-la de uma maneira consciente e
que seja sem substituir às pessoas”.
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