domingo, 28 de março de 2021

Dom Juventino Kestering, mais uma vítima da Covid-19, que em 48 horas matou 7.088


7.088, esse é o número de mortes no Brasil nas últimas 48 horas, de acordo com dados oficiais, um verdadeiro massacre, uma Semana da Paixão, onde todos os dias vários milhares são crucificados por um sistema que virou as costas à vida, em nome de uma economia que mata, e que também está morta.

Os apelos à ação têm sido feitos por muitas pessoas, incluindo a Igreja Católica, que nos últimos dias perdeu vários padres, irmãs, ministros e ministras das milhares de comunidades espalhadas por todo o país, e hoje, 28 de março, mais um bispo, o sexto. Desta vez foi Dom Juventino Kestering, Bispo da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga – MT.

Dom Juventino nasceu na cidade de São Ludgero – SC, a 19 de maio de 1946, e desde a sua ordenação como bispo em março de 1998, foi o segundo bispo da diocese que, segundo o Direito Canónico, apresentaria sua renúncia em pouco menos de dois meses.

Pelo menos 310.694 pessoas morreram no Brasil vítimas da Covid-19, sufocadas, embora a suspeita seja de que o número seja ainda maior, muitas delas à espera de um leito nos hospitais, de uma vaga na UTI, que em quase todas as regiões do país estão lotados.




A Igreja Católica tem-se manifestado repetidamente contra esta situação, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, o Pacto pela Vida e pelo Brasil, do qual a CNBB é membro, e o Conselho Episcopal Latino-americano - CELAM, que na sexta-feira, 26 de março, enviou uma mensagem ao presidente da Conferência Episcopal do Brasil - CNBB, enviaram mensagens repetidas ao governo e à sociedade brasileira para que o cuidado com a vida se torne uma prioridade urgente, para que o processo de vacinação, que por enquanto só atingiu uma pequena parte da população, seja acelerado.

O povo brasileiro, que tem um profundo sentimento religioso, está mais do que nunca nas mãos de Deus, que se tornou a última e única esperança. Um Deus que consola e enxuga as lágrimas de tantas famílias, de tantas pessoas, de tantas comunidades eclesiais que choram pela separação dos seus entes queridos. A fé na Ressurreição, que é o fundamento da vida cristã, o Mistério que será celebrado ao longo desta semana que estamos a começar, será o sustento daqueles que veem a morte dos inocentes tornar-se presente entre os seus entes queridos. É um tempo de Paixão, mas sempre com a esperança de alcançar a Ressurreição, a plenitude de vida na casa do Pai.


Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

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