sexta-feira, 9 de abril de 2021

CPT realiza sua 33ª Assembleia Geral e reelege Dom Ionilton como vice-presidente

 

Em modo virtual, com a participação de 77 delegados e delegadas, a Comissão Pastoral da Terra – CPT, realizava de 6 a 8 de abril sua 33ª Assembleia Geral. Foram discutidas as prioridades de ação da Pastoral para os próximos três anos e, também, foram eleitas a nova diretoria e coordenação executiva nacional da entidade. Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara, continuará sendo o vice-presidente.

Num cenário marcado pela pandemia da Covid-19, a análise da conjuntura marcou o início das atividades, determinada pelo cenário político e social, fortemente influenciado pelo avanço ultraliberal, que no Brasil se faz realidade no avanço do agronegócio, celeiro de futuras pandemias e causa de precarização das condições de trabalho no campo. Diante disso o desafio é encontrar sinais de esperança.

As prioridades da CPT para o próximo triênio serão: apoiar a luta pela terra e território, águas, alimento, biodiversidade, pela autonomia e pela proteção, comprometidos e comprometidas com o combate aos impactos ao meio ambiente, diante da crise global que vivemos; aprimorar estratégias e práticas de formação, comunicação e articulação, em especial no trabalho com as mulheres e jovens, no combate à violência de gênero e sexualidade, bem como reforçar o autocuidado e segurança nesses casos; e adequar a estrutura organizativa da CPT aos desafios da realidade atual, fortalecendo setores e funções imprescindíveis, garantindo sua sustentabilidade.





Para o período de 2021 a 2024 foram reeleitos para a direção nacional da CPT, como presidente Dom André de Witte, bispo emérito de Ruy Barbosa (BA), e como vice-presidente, Dom José Ionilton, bispo de Itacoatiara (AM). Para a coordenação executiva nacional, foi reeleita Isolete Wichinieski, da CPT Goiás, e eleitos José Carlos Lima, da CPT Alagoas; Ronilson Costa, da CPT Maranhão e Andréia Silvério, da CPT Pará.

Dom José Ionilton afirma que “é uma alegria poder me colocar ao serviço desse trabalho tão importante na igreja, que é o trabalho em defesa da terra e das águas, em defesa dos pequenos agricultores, dos ribeirinhos, dos quilombolas, para que eles possam ter o direito à terra e à água preservados e não sejam prejudicados pelo olho grande”. O bispo de Itacoatiara destacava a importância da luta pela terra, que é parte da missão da CPT.

O bispo se diz disposto a colaborar naquilo que é possível com o presidente, também reeleito, Dom André de Witte. Ele destaca a importância de contar com mais bispos para esse trabalho da CPT. Para isso, tanto Dom Ionilton como Dom André vão falar na próxima Assembleia da CNBB, que acontecerá de 12 a 16 de abril, mostrando “a importância do apoio que cada bispo, na sua diocese, prelazia, arquidiocese, deve dar à Comissão Pastoral da Terra, e em cada regional”. O bispo de Itacoatiara espera “poder contar com o apoio dos meus irmãos no episcopado no Regional Norte 1, para a gente avançar com a presença da CPT em todas nossas dioceses e prelazias, e na nossa Arquidiocese de Manaus onde já vem funcionando”.




No final da Assembleia foi lançada uma carta onde foi manifestada “nossa solidariedade às famílias das mais de 340 mil vítimas da pandemia da Covid-19, em consequência, principalmente, da ação criminosa de um governo genocida, que calculadamente não tomou em tempo as medidas eficazes para impedir este morticínio diário e crescente”.

A carta denuncia que “a crise sanitária atual está profundamente relacionada à crise ambiental”, o que tem como consequência, que a nossa Casa Comum “dá crescentes sinais de cansaço e esgotamento”, o que ameaça com “outras pandemias, mais avassaladoras, estão decretadas, se não mudarmos esse sistema”. O texto também denuncia os efeitos trágicos da pandemia sobre os pobres, da necropolítica e do desmonte das políticas públicas, ao tempo que repudia a violência estatal e privada, apoiada por setores do judiciário.

A CPT denuncia a postura conivente do Congresso Nacional e das igrejas fundamentalistas, vendo tudo isso como um desafio e um chamado ao compromisso e a retomar o trabalho de base, tendo como base “a esperança, nesse tempo de desesperança”.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1


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