Nesta terça-feira, a coletiva de imprensa da 58ª Assembleia Geral
da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que acontece de 12 a 16 de abril,
abordou a Análise de Conjuntura e a 6ª Semana Social Brasileira. Ao longo da
semana, esses momentos são mediados por Dom Joaquim Mol, bispo auxiliar de Belo
Horizonte – MG e presidente da Comissão Episcopal para a comunicação da CNBB.
Diante de uma pergunta em referência à democracia, num
contexto social em que muitos cristãos pedem a volta da ditadura e pregam a
violência como mudança para o país, Dom Joaquim Mol, afirmava que “de maneira
completamente inesperada começaram aparecer pessoas no Brasil, inclusive
governantes brasileiros, apoiando a ditadura em detrimento da democracia”. Segundo
o presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação da CNBB, “só consegue
apoiar e pedir a volta da ditadura quem nunca passou por isso”. Ele dizia que “querer
a ditadura de volta, qualquer tipo de ditadura em nosso país, significa apontar
uma espécie de anomalia na cabeça da pessoa, ela não pensa adequadamente, como
também não sente adequadamente”.
O bispo auxiliar de Belo Horizonte definia a ditadura como “a
intolerância total a tudo o que é diferente, a toda e qualquer diferença, de qualquer
tipo. A ditadura e a imposição de um modo de governar, de envolver a cultura, a
economia, de fazer política com um máximo de intolerância a quem faz, sente e pensa
diferente”. O bispo insistia em que “é por isso que a ditadura mata. Por isso a
ditadura não tem nenhum escrúpulo em matar quem quer que seja, se estiver pensando
diferente”.
“Pedir a ditadura de volta é uma insanidade mental, uma
insanidade dos sentimentos, é um total embrutecimento do ser desejar a ditadura”,
enfatizava o bispo. Frente a isso, definia a democracia como a alegria, a
importância, a valorização da diversidade pacífica entre nós”. Junto com isso,
Dom Mol definia a democracia como “a expansão de direitos individuais e coletivos
a todos, não só a um pedacinho”. Ele fazia referência à profunda desigualdade
social no Brasil, uma das maiores do mundo, o que ele vê como “falta de democracia,
porque democracia significa escola de qualidade para todo mundo, alimentação
para todo mundo, teto para todo mundo, trabalho para todo mundo, terra para todos
os que precisam de terra”.
Segundo Dom Mol, não há como entender “a busca, a propaganda,
a defesa de toda e qualquer ditadura”. Ele diz que não podemos permitir que a
ditadura que aconteceu no Brasil durante 20 anos “seja chamado com outro nome
que não ditadura militar e civil”, quando “alguém sem voto, foi e tomou o poder
a passou a exercer esse poder com mão de ferro, quem pensa diferente, morre,
inclusive com tortura”. Ele dizia que “um cristão, jamais pode, nem pensar em defender
ditadura, isso está fora de qualquer possibilidade de quem quer ser discípulo
de Jesus”.
A data na matéria está incorreta, é de 12 a 16 de Abril.
ResponderExcluirObrigado pela dica.
ExcluirMuito boa a reflexão, oportuna e necessária para todos nós. Viva a democracia!
ResponderExcluirVejo de Forma cerena
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