Seguindo nosso olhar sobre a 58ª Assembleia Geral da CNBB, a
través dos bispos do nosso Regional Norte 1, neste terceiro dia, conhecemos as impressões
de Dom Giuliano Frigenni, bispo de Parintins, e de Dom Zenildo Luiz Pereira da
Silva. Eles nos contam o acontecido no encontro virtual dos bispos do Brasil,
reunidos de 12 a 16 de abril, nesta quarta-feira.
Dom Giuliano Frigenni destacava dos aspectos que ele
considera importantíssimos, “a revisão do nosso Estatuto desde o Direito Canônico
e a ligação profunda com a nossa vida como CNBB”. Segundo o bispo de Parintins,
“tivemos a graça de escutar observações muito oportunas, ligadas à identidade
da nossa Conferência Episcopal”. Ele enfatizava “a fidelidade ao mandato que o
Papa deu a cada um de nós bispos de trabalhar na nossa diocese sempre em
sintonia com os outros bispos, com a própria Conferência Episcopal, neste clima
belíssimo de sinodalidade”. O bispo, que já participava há 21 anos da CNBB, diz
ver que “este é um caminho de vários anos”.
A segunda parte, segundo Dom Giuliano, “foi uma avaliação
muito séria, muito bem feita, sobre a Campanha da Fraternidade 2021, que deu
tantos problemas a través das redes sociais”. Ele destaca entre as observações
que foram feitas, que o Texto Base da Campanha da Fraternidade “não é um
documento da CNBB, mas é um instrumento de trabalho”. O bispo de Parintins
destaca a importância da caminhada ecumênica, que “começou com uma grande força
no Concilio Vaticano II, 55 anos atrás, seria um crime ir contra esta beleza,
que é a experiência eclesial da Igreja católica, que tem uma responsabilidade,
de um lado com a sociedade, veja a Campanha da Fraternidade, que passa da
caridade para uma ação social, seja em relação às outras igrejas com um gesto
de conversão, de diálogo e de fraternidade”.
Para o bispo trata-se não de teorias e sim de “carne viva,
corações sangrando pela unidade da Igreja, pela nossa missão de pastores,
bispos”. Ele advertia sobre o aviso realizado por alguns bispos, “que tem
forças dentro da Igreja que querem como uma separação, querem criar divisões
que não estão nem no coração do Papa, nem no nosso coração”. Segundo Dom
Giuliano, “foi uma manhã extremamente rica de colaboração de todos os bispos”.
Já Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, começava dizendo que “é
diferente, porque se trata de uma assembleia que está sendo virtual, onde não
tem a possibilidade da convivência, mas reforça a comunicação, reforça a
unidade, reforça a comunhão entre nós”. O bispo da Prelazia de Borba destacava
nos trabalhos da tarde deste terceiro dia da 58ª Assembleia Geral da CNBB, três
elementos. “O primeiro o retorno ao Tema Central, a Palavra habitou entre nós”,
dizia o bispo, que destacava a importância de voltar à Palavra de Deus, “que é
a grande Luz para nossa caminhada, para nossas comunidades”. Essa volta,
segundo Dom Zenildo, “vem reforçar a formação das lideranças, o dinamismo que
as comunidades podem ter a partir da Palavra de Deus”.
Para o bispo da Prelazia de Borba, “as comunidades
missionárias e as comunidades eclesiais de base, alimentando-se da Palavra de
Deus, isso nos lembra os grupos de reflexão, isso nos lembra os círculos bíblicos”.
Estamos diante de uma temática, segundo Dom Zenildo, que “está nos envolvendo,
nos motivando, que dá continuidade às Diretrizes, e ilumina a caminhada da
Igreja, reforçando assim a nossa missão de evangelizar”.
Também destacou como ponto importante a ação emergencial “Tempo
de Cuidar”, que envolve a CNBB, Caritas e CRB. Se trata de um trabalho, segundo
o bispo, “para responder a dor do povo, a necessidade do povo, sobretudo encontrar
meios de ajudar os pobres”. Dom Zenildo diz que “isso me fez lembrar uma
mística que nos leva à solidariedade, uma Igreja solidária”, destacando a solidariedade
do povo do Regional Norte 1 e na Amazônia, algo que vale para a Igreja no
Brasil. Outro elemento apresentado, segundo o bispo, são os organismos do Povo
de Deus, “instituições que caminham com um olhar voltado para a sinodalidade”.
Dom Zenildo afirma que “enquanto participante desta
assembleia, eu fico rejuvenescido e vejo que ela acontece num tempo difícil, num
tempo de sofrimento, de pandemia, mas ao mesmo tempo, ela reforça a nossa
missão, alimenta a nossa esperança e acontece para iluminar com algumas
temáticas os nossos planos, nossas diretrizes”. Ele disse querer deixar uma
mensagem de esperança para o Povo de Deus, voltada para o que escreveu o Papa
Francisco, “não deixem roubar a vossa esperança”, lembrando também as palavras
de São Paulo, que diz, “Nada deve nos separar do Amor de Deus”.
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