No último sábado aconteceu a final da Copa América,
uma competição que muitos questionaram desde antes de começar. O futebol, ou
para melhor falar, tudo o que envolve, é considerado por muitos como uma nova expressão
do Circo Romano. O famoso “Pão e Circo”, era a forma em que os imperadores
desviavam o foco nos momentos críticos do Império.
Muitos entenderam a organização da Copa América como
uma tentativa do governo brasileiro de desviar o foco diante de uma situação
cada vez mais crítica, onde às consequências da Covid-19, que tem provocado
muita dor e sofrimento em grande número de famílias brasileiras, se une uma
situação econômica cada vez mais precária, com um grande aumento dos preços
daquilo que é básico na vida do povo mais simples, e uma corrupção cada vez
mais evidente, que atinge o mais alto escalão dos diferentes poderes.
Um Brasil-Argentina, mesmo que seja numa Copa América
desvirtuada, sempre é um acontecimento para muitos brasileiros, que desperta as
paixões de uma das maiores rivalidades mundiais no futebol. Pelo que a gente
viu nas redes sociais, muitos brasileiros torceram a favor da Argentina, o que
tem provocado o receio daqueles que, seguindo a história, não entendem essa
atitude.
Na verdade, esse torcer a favor da Argentina é uma
forma de manifestar um mal-estar cada vez mais presente entre os brasileiros,
cansados de uma realidade social e política que não coloca os melhores
jogadores em campo para superar as crescentes dificuldades que o país deveria
enfrentar.
Muita gente cansou de assistir um jogo em que muitos
só pensam em se próprio, sem se importar com o coletivo. Quando todo mundo se
une, é mais fácil vencer o adversário e o Brasil tem muitas realidades que
podem se tornar invencíveis por falta de estratégia de jogo, por falta de um
treinador que coloque os jogadores no lugar certo, que promova a união, o jogo
coletivo e não faça com que cada um só procure seu pedaço do bolo.
O pior que pode acontecer com um país é perder o
prestigio e o respeito diante dos outros. Demora muito para construir isso, mas
pode ser perdido em pouco tempo, quase sempre por falta de estratégia e união.
Mas ainda pior do que perder o reconhecimento no exterior, é perder o
reconhecimento do próprio povo. Essa falta de reconhecimento, quando é
denunciado, não quer dizer que ninguém torce contra e sim que as pessoas querem
que as coisas mudem para melhor.
O Brasil está diante de um jogo que pode definir seu
futuro, que se perder pode ser eliminado do panorama internacional, rebaixado de categoria, ficando de fora de muitas coisas decisivas no futuro do povo
brasileiro. Esse é o jogo que não pode perder, mas para isso é preciso que o
time jogue bonito. Quem pode fazer que isso aconteça é aquele que decide a tática
de jogo, e isso parece que cada vez está menos claro.
Excelente reflexão!
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