quinta-feira, 22 de julho de 2021

Tráfico Humano e Migração: o sofrimento de quem está longe de casa e sem direitos


O Tráfico Humano é um crime cada vez mais presente no mundo, também na Amazônia. São 40 milhões de pessoas que todos os anos se tornam vítimas do Tráfico de Pessoas. Diante dessa realidade, se faz cada vez mais urgente descobrir os caminhos que possam nos levar a enfrentar e erradicar esse fenômeno, que pode ser considerado como mais uma pandemia.

Muitas das vítimas do tráfico de pessoas são migrantes, um fenômeno que tem se incrementado durante a pandemia da Covid-19. A vulnerabilidade que sofrem os migrantes tem se acrescentado neste tempo de pandemia que a gente vive desde há mais de um ano. A falta de direitos, a exploração de todo tipo, são situações cada vez mais presentes na vida dos migrantes.

O mês de julho é um tempo em que somos desafiados como sociedade a refletir sobre o fenômeno do trafico humano. No dia 30 de julho, desde 2013, em que foi criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, acontece o Dia do Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.

Trata-se de uma oportunidade para entender que a grande maioria dos migrantes saem da sua terra para não passar mais fome, viver em um país sem guerra, ter liberdade, ver seus direitos respeitados, entre muitos outros motivos, que tem como denominador comum a procura por uma vida melhor.


Muitas vezes, a ilusão e os sonhos iniciais acabam se tornando um pesadelo, caindo nas redes de organizações criminosas que tornam as pessoas escravas de gente sem escrúpulo, um crime que movimenta anualmente mais de 30 bilhões de dólares em todo o mundo, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

A pandemia da Covid-19 e o fechamento das fronteiras entre os países, aumentou o risco dos migrantes, obrigados a se colocar nas mãos de contrabandistas para atravessar as fronteiras, se tornando alvos do tráfico de pessoas e vítimas de abusos e exploração apenas para ter acesso aos serviços oferecidos por eles.

Estamos diante de mais uma oportunidade para refletir sobre situações que deveriam ser enfrentadas abertamente na sociedade. Mas será que a gente se preocupa com o sofrimento dos migrantes? A existência do Tráfico de Pessoas, uma realidade que atinge aos migrantes, realmente nos incomoda? O que a gente está disposto fazer para superar um crime que mostra nossa falta de humanidade?

Não deixemos passar mais uma oportunidade, sejamos conscientes de que das nossas atitudes e compromisso depende que as condições de vida dos migrantes sejam melhores e que sua própria vida não seja colocada em risco. É tempo de parar, enxergar, denunciar e superar esse crime, e isso também depende da gente.


Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 - Editorial Rádio Rio Mar


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