As vezes a gente se pergunta se nosso grau de
humanidade está crescendo o diminuindo. Dentro da teoria da evolução, um dos
primeiros sinais da aparição da espécie humana foi a preocupação pelos outros. Estudos
arqueológicos e antropológicos falam que houve um momento em que diante da
doença de um dos indivíduos do grupo, os outros se preocuparam em cuida-lo.
As atitudes que a gente encontra no dia a dia, na
família, no trabalho, na vizinhança, nos meios de comunicação..., em referência
à vacina contra a Covid-19 nos levam a pensar se essa preocupação pelos outros
ainda está presente na mente das pessoas, no mínimo de uma parte da população
que diz não estar nem aí diante de tanto sofrimento que está provocando uma
doença que deve ser combatida entre todos.
Na semana passada, nosso arcebispo metropolitano, Dom Leonardo Ulrich Steiner, emitia umas orientações pastorais falando da vacina. Ele disse que “ela é necessária para criar uma imunidade que possa eliminar a transmissão do vírus”, insistindo em que “quanto mais tempo demorar a imunização da população, mais facilmente o vírus passa por mutações, dificultando o controle do mesmo”. Por isso, deixou claro que “é um dever ético e moral ser vacinado. É nossa contribuição que oferecemos às nossas famílias e à sociedade”.
Nesta quarta-feira, o Papa Francisco, junto com vários
cardeais e bispos latino-americanos disse que "graças a Deus e ao trabalho
de muitos, hoje temos vacinas para nos proteger da Covid-19. Elas trazem
esperança para acabar com a pandemia, mas somente se elas estiverem disponíveis
para todos e se colaborarmos uns com os outros”. Um dos pontos chave é a
colaboração mutua, tomarmos consciência de que o futuro da humanidade depende
da colaboração de todos.
Os bispos deixam claro que se vacinar é um ato de "amor
por si mesmo, amor pela família e amigos, amor por todas as pessoas". No
final das contas o amor cristão não é uma ideia e sim algo que se faz presente
em “pequenos gestos de caridade pessoal capazes de transformar e melhorar as
sociedades", afirma o Papa Francisco. Ele insiste em que "a vacinação
é uma forma simples, mas profunda de promover o bem comum e de cuidar uns dos
outros, especialmente dos mais vulneráveis".
Não podemos esquecer que “nossa decisão de vacinar
afeta os outros” e que “vacinas licenciadas funcionam e salvam vidas, elas são
a chave para a cura pessoal e universal”, segundo é relatado no vídeo. Não
estamos diante de experimentos, ninguém é cobaia, a ciência conta com reputados
especialistas que tem se esforçado para conseguir salvar a humanidade.
A Igreja católica, mais uma vez deixa claro que sua aposta
é pela vida, é a voz dos nossos pastores e do próprio Papa Francisco, sempre
empenhado na defesa dos mais vulneráveis. Vamos escutar sua voz ou vamos
continuar nos guiando pelos “doutores do WhatsApp”?
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