Os bispos brasileiros, o país com o maior território
amazônico, considerado um dos pulmões do Planeta e com uma importância decisiva
no futuro das mudanças climáticas, tem lançado uma mensagem por ocasião da
COP26 (ver aqui).
Assinada pelo presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de
Azevedo, também conta com a assinatura do Presidente da Comissão Episcopal para
a Amazônia – CNBB, o Cardeal Dom Cláudio Hummes, de Dom Sebastião Lima Duarte, Presidente
da Comissão Episcopal Especial para a Ecologia Integral e Mineração – CNBB, do Presidente
da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora – CNBB e do Conselho
Pastoral dos Pescadores (CPP), Dom José Valdeci Santos Mendes, de Dom Erwin
Kräutler, Presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), do Presidente
da Cáritas Brasileira, Dom Mário Antônio da Silva, de Dom Roque Paloschi, Presidente
do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), e de Dom José Ionilton Lisboa de
Oliveira, Presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
A mensagem mostra a atenção do episcopado brasileiro “aos debates,
acordos e deliberações da Conferência da ONU (COP26)”, que segundo eles “se
apresenta ao mundo como esperança”. Diante do “atual contexto socioambiental
que demanda ações urgentes, audaciosas e eficazes”, esperam ações que “combatam
as mudanças climáticas e garantam a continuidade de todas as formas de vida”.
Os bispos pedem interpelações por parte da Conferência do
Clima, relatando a situação do Brasil, “que tem territórios e biomas ameaçados”,
e sofre em diferentes regiões os efeitos do aumento da emissão de gases de
efeito estufa. Eles também denunciam as queimadas no país, algo que contribui com
o aquecimento do planeta e vai mudar as condições climáticas em algumas regiões
do país, aumentando as “desigualdades sociais, degradação de territórios,
fazendo desaparecer espécies animais e vegetais”.
A mensagem insiste em que “a Igreja Católica no Brasil, no
horizonte da Doutrina Social da Igreja e em comunhão como Papa Francisco,
reafirma o seu compromisso com a justiça socioambiental, na perspectiva da Ecologia
Integral”. Junto com isso, os bispos mostram sua preocupação “diante das
ameaças aos povos tradicionais e seus territórios”.
Afirmando que só tecnologias não conseguirão solucionar a
catástrofe ambiental em curso, os bispos consideram a COP26 como “decisiva,
pelo dever ético de oferecer aos governos inspirações para suas políticas
locais no enfrentamento das mudanças do clima, bem como o fortalecimento da solidariedade
internacional”. Também são pedidas medidas fortes para quem não promover o
cuidado da Casa Comum.
Finalmente, mostram seu compromisso em continuar “acompanhando as agendas socioambientais no Brasil, promovendo a dignidade da pessoa humana, o cuidado com a Casa Comum, no horizonte de uma Ecologia Integral”, assim como a exigência do cumprimento das deliberações da COP26.
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