“As mulheres continuam sendo as primeiras testemunhas da
Ressurreição”. Com essas palavras começa sua reflexão a Ir. Rose Bertoldo,
comentando o Evangelho do Domingo da Páscoa. O Regional Norte1 da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil inicia uma nova experiência: “Com Voz de Mulher”.
Mulheres do nosso Regional irão comentar o Evangelho
dominical, iluminando desde o universo feminino a vida das nossas comunidades.
A exemplo de Maria Madalena, que “no primeiro dia da semana, foi ao tumulo de
Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha
sido retirada do tumulo”.
Segundo a secretaria executiva do Regional Norte1 da CNBB, se
referindo às mulheres que sempre tinham acompanhado Jesus, “elas acordaram cedo
naquele primeiro dia da semana, o dia se fez claridade. Andavam apressadas.
Levavam a boa notícia da Ressurreição. Superaram o medo e saíram correndo
anunciando aos discípulos que Jesus tinha ressuscitado”.
“O processo vivenciado pelas mulheres gera boa-nova, uma boa
notícia que nasce do cotidiano da vida das mulheres, das coisas simples, do
cuidado da vida”, segundo a Ir. Rose Bertoldo. “Elas se fazem missionarias da primeira
hora porque nunca desistiram, porque nunca aceitaram a morte como resposta
definitiva, porque em comunidade sempre cultivaram e cultivam a esperança”,
afirma a religiosa do Imaculado Coração de Maria.
“As mulheres fizeram uma experiência muito profunda da Ressurreição
de Jesus em suas vidas, e conseguiram transmitir por sua fé e amor a Jesus”,
destaca a Ir. Rose. Segundo ela, “essa experiência transmitiram aos discípulos
e foi sendo transmitida de geração a geração, e continuam sendo as mulheres as
primeiras testemunhas da Ressureição, pois são presença viva nas comunidades”.
A religiosa afirma que “as mulheres exerceram um
protagonismo intenso em toda a vida de Jesus, muitas Marias com o seu amor, com
seu empoderamento, sua fé, coragem, determinação, ousadia, suas lutas por mais
dignidade para outras mulheres, permaneceram fieis até a morte de Cruz. Acolheram,
apoiaram, fortaleceram Jesus na hora da dor, seguiram seus passos, foram
discípulas, testemunhas da Ressurreição e apoiadoras do Cristo Ressuscitado!”.
Ela enfatiza que “para as mulheres a morte não tem a última palavra, mas a vida
nova, plena, da igualdade, da festa, da partilha, do amor”.
Olhando para a realidade atual, a religiosa coloca que “frente a tantos sinais de morte, num mundo ferido pela
guerra, pelas tantas violências que destrói a humanidade, destrói a nossa casa
comum, mais do que nunca precisamos ser mulheres portadoras de esperanças,
sair correndo na certeza de que é urgente cuidar da vida”.
A secretária executiva do Regional Norte1 diz que “continuamos
anunciando o Cristo Ressuscitado, dando testemunho de alegria, da esperança,
para que a ciranda da vida, iniciada por mulheres possa continuar com a nossa
presença transformadora que gera vida; pois a fé no Ressuscitado nos impulsiona
a ir ao encontro dos crucificados no hoje da história, nos coloca a seu lado,
para partilhar com eles a certeza de que Deus está vivo no meio de nós,
ressuscitando, libertando da morte e gestando uma nova criação”.
Finalmente, reafirma que “nessa experiência fundante da
primeira comunidade, se baseia a força missionária da Igreja que através dos
séculos continua proclamando: ‘O Senhor Ressuscitou, verdadeiramente, aleluia!’”.
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