O dia 29 de maio de 2022
será uma data histórica para a Igreja de Manaus e da Amazônia. Foi anunciado
que pela primeira vez, o Arcebispo de Manaus vai fazer parte do colégio dos
cardeais, considerados tradicionalmente como o clero do Bispo de Roma, “o clero
do Papa”. No dia 27 de agosto, no consistório que será celebrado no Vaticano, a
Amazônia terá seu primeiro cardeal.
Uma notícia que tem
provocado reações de alegria na sociedade e na Igreja da Amazônia, que vai ter
uma voz profética para fazer ressoar os clamores de uma região cada vez mais ameaçada.
Dom Leonardo Steiner começou seu ministério episcopal na Amazônia, sendo o
sucessor de alguém que tem sido considerado um dos grandes profetas da Igreja
do Brasil nos últimos 50 anos, Dom Pedro Casaldáliga, primeiro bispo da
Prelazia de São Félix do Araguaia.
Em janeiro de 2020, Dom
Leonardo iniciou sua missão na Arquidiocese de Manaus, e ao longo de mais de
dois anos tem assumido as causas da Amazônia e dos povos que a habitam como
elemento fundamental na sua vida e no seu ministério episcopal. A Amazônia tem
se tornado uma causa na vida do novo cardeal, insistindo em que “a nomeação
minha não diz apenas ao respeito da minha pessoa”.
Ele deixa transparecer
nas suas palavras que o fato dele ser cardeal é mais uma prova de que “o Papa
Francisco tem um carinho especial pela Amazônia e pelas igrejas que estão na
Amazônia”, ressaltando “que a Amazônia não ficou esquecida do Papa”. O Sínodo
para a Amazônia mostrou a importância da região amazônica na vida do Papa Francisco,
mas também na vida da Igreja, e isso é um motivo a mais para cada um de nós
assumir o cuidado da Amazônia como algo próprio.
Ser um colaborador direto
do Papa ajuda nem só àquele que assume essa missão, mas também à própria missão
a ele confiada, ao povo que caminha sob o seu pastoreio. A vida do povo da
Arquidiocese de Manaus, a vida dos povos da Amazônia, vai estar ainda mais
próxima do coração do Papa, sempre atento àquilo que acontece nas periferias
do mundo e da Igreja.
Uma Igreja que quer ser
presença no meio do povo, através de cada um dos diferentes ministérios
exercidos nela, também por meio daqueles que assumem a missão cardinalícia. Uma
caminhada em sinodalidade, onde o mais importante é viver a comunhão, caminhar
juntos, em ajuda mutua, numa mesma direção.
Uma Igreja que constrói o
Reino na história, em meio às dificuldades, mas também em meio às alegrias e
esperanças que animam a olhar o futuro com o olhar de Deus. Sem dúvida, o
cardinalato de Dom Leonardo é um sinal de alegria e esperança para nossa Igreja
de Manaus e da Amazônia, que nos impulsiona a continuar com força uma caminhada
que não podemos dizer que agora tenha um rumo diferente, mas sim uma força e um
compromisso ainda maiores com o Papa, com a Igreja e com os povos da região.
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