A Assembleia Sinodal do Sínodo sobre o Sinodalidade
concluiu seu segundo módulo no dia 12 de outubro, tendo a comunhão como tema
principal. Entre os principais temas das últimas horas estiveram a paz e o
compromisso dos católicos com a busca da paz e a promoção do diálogo. Junto com
isso, foi destacado o tema do diálogo inter-religioso e intercultural e, mais
especificamente, um maior diálogo com os povos indígenas, denunciando o impacto
do colonialismo nas comunidades indígenas.
Destacou-se a importância de escutar os jovens e suas propostas, e expressou-se preocupação com a participação cada vez menor dos jovens na formação da Igreja. Da mesma forma, foi destacada a necessidade de uma maior inclusão das mulheres e foi abordada a necessidade de promover a pastoral da escuta nas paróquias e comunidades.
Coletiva de imprensa
Participaram da coletiva de imprensa Margaret Karram,
presidente do Movimento dos Focolares, Andrew Nkea Fuanya, arcebispo de Bamenda
e presidente da Conferência Episcopal dos Camarões, e Ir. Caroline Jarjis, irmã
do Sagrado Coração de Jesus, que trabalha em Bagdá, onde é médica.
A presidente do Movimento dos Focolares, árabe
católica nascida em Haifa, iniciou o seu discurso expressando a sua dor pela
guerra na Terra Santa, dizendo que se perguntou várias vezes o que poderia
fazer para promover a paz. Nesse sentido, destacou o momento de profunda oração
de todos os participantes da Assembleia Sinodal pedindo pela paz, ressaltando o
poder da oração, a importância de aumentar a fé, e dizendo que está vivendo uma
experiência que está lhe ensinando o que significa caminhar juntos, algo que
não é fácil, pois é complicado deixar-se questionar, escutar, dialogar,
chamando a levar isso a todas as áreas, para construir pontes de paz.
Um Sínodo de consolação para a África
Um Sínodo que foi definido por Dom Andrew Nkea Fuanya
como um consolo para a África diante dos muitos problemas do continente. Para o
presidente do episcopado camaronês, é uma oportunidade para a voz da África ser
ouvida, para lançar luz com sua voz. O prelado destacou a importância da
unidade como a base do tecido da Igreja. O Sínodo também vê isso como uma
oportunidade para que todos trabalhem juntos pela paz, pois a guerra nunca deve
ser a solução, para embarcar em caminhos para a paz.
A sinodalidade faz parte da cultura da África,
insistiu ele, porque "empreendemos caminhos de forma conjunta e
coral", dizendo que acredita muito nas comunidades cristãs de base, onde
todos podem se expressar, uma estrutura que ajuda a Igreja africana a ser
sinodal, o que torna fácil acolher a sinodalidade na África, "faz parte da
nossa cultura", enfatizou o arcebispo.
Ser cristão no Iraque
A irmã Caroline Jarjis, que leu o Evangelho em árabe
na oração de abertura da Assembleia Sinodal na quinta-feira, enfatizou que
conhecer outras pessoas sem tê-las encontrado antes "nos ajuda a
reconhecer o papel de Deus, que nos preparou para estar aqui". Nas
palavras da religiosa, "cada um tem um papel, um papel preparado por Deus,
e nesta assembleia nos sentimos como irmãos e irmãs". Ela também pediu que
se unissem as vozes em favor da paz.
"A experiência de uma assembleia sinodal vai além
de um documento, é a experiência dos primeiros cristãos", disse ela. A
religiosa compartilhou a vida dos cristãos no Iraque, um país em guerra, um
país de minorias cristãs, diante do qual disse ter uma esperança: "Espero
que nossa Igreja seja uma Igreja rica, porque os mártires nos dão força para
continuar a jornada”, vendo na Assembleia Sinodal "uma Igreja que me
acompanha".
Sofrimento e esperança
Ela também falou sobre a realidade do sofrimento e da
esperança, e como a visita do Santo Padre ajudou, o que ela vê como uma porta
aberta para todos. Sobre o momento atual, ela disse que é um período um tanto
delicado, que exige viver com dignidade. Com relação à vida dos cristãos em
Bagdá, destacou que "hoje está tranquilo, mas devemos sempre trabalhar
pela dignidade, porque somos cidadãos desta terra, não somos apenas uma
minoria".
Para alcançar a paz na Terra Santa, Margaret Karram
pediu ajuda internacional nas negociações entre os dois lados, algo que deve
ser tratado com urgência para o bem do povo e para a causa da paz. Ela também
defendeu a necessidade de que os direitos humanos de todos os povos sejam
respeitados e que haja reconciliação entre todos. Contou algumas das
iniciativas de paz que estão sendo realizadas, inclusive as do próprio
Movimento dos Focolares, fazendo um apelo à oração.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1
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