A Igreja é
chamada a responder a questões difíceis e complexas, a situações que provocam
reações diferentes. Como responder a essas realidades em uma Igreja sinodal,
como saber escutar, como entrar em diálogo com aqueles que pensam de forma
diferente, mesmo com aqueles que pensam de forma muito diferente? As guerras
religiosas, os confrontos de todos os tipos fazem parte da história, mas na
Igreja que o Papa Francisco deseja, na Igreja sinodal, de comunhão,
participação e missão, as decisões devem tomar caminhos diferentes.
Respeito, sensibilidade e acolhimento
O método de
conversação espiritual com o qual as comunidades para o discernimento
comunitário, os círculos menores, as mesas redondas, buscam responder às
questões colocadas no Instrumentum Laboris, para que funcione, deve ser
inundado por atitudes de respeito, sensibilidade e acolhimento. Somente dessa
forma, e na medida em que todos se sentirem feridos e necessitados de
reconciliação, poderão ser tomadas medidas para curar internamente e encontrar
caminhos de cura para a humanidade.
A
diversidade é algo que enriquece, sempre enriquece, nos ajuda a ter
perspectivas diferentes, o que nos leva a evitar visões únicas e monocromáticas
nas quais alguns insistem, e continuam a fazê-lo, apesar do esforço que o Papa
Francisco e a grande maioria dos batizados e batizadas estão fazendo para
tornar a Igreja mais sinodal, superando divisões e unindo forças para avançar e
ser uma Igreja mais crível, especialmente para aqueles que vivem afastados.
Iluminados pelo Espírito para responder ao conflito
É nos
momentos de tensão, nas questões difíceis, que o nosso ser pessoas, mas também
o nosso ser Igreja, está em jogo. Romper a unidade na diversidade nos afasta de
Deus e permite que as ideologias se imponham em realidades que deveriam ser
inundadas pelo Evangelho, com sentimentos de fraternidade e amor. Os irmãos,
diante de posições diferentes, se deixam conduzir por aquilo que une e ajuda a
criar caminhos comuns, e para uma Igreja sinodal esse deve ser sempre o modelo
a seguir.
Não se
trata de fugir dos conflitos ou de deixar questões complexas sem resposta;
trata-se de se deixar iluminar pelo Espírito de Deus e de crescer juntos
naquilo que ajuda a vislumbrar caminhos comuns, uma Igreja sinodal. Na medida
em que os principais temas presentes na Assembleia Sinodal - comunhão,
participação e missão - forem assumidos, a resolução das questões difíceis e
complexas se tornará mais fácil.
Não é um
caminho simples, mas é o caminho do Evangelho, o caminho de Deus, que, a partir
da unidade na diversidade, a partir de seu ser trinitário, nos ajuda a entender
que é isso que vale a pena. O fato de outros insistirem em caminhos contrários
não é desculpa para continuarmos acreditando na necessidade de escutar,
dialogar, respeitar, ter sensibilidade e acolher a todos, inclusive aqueles que
veem a realidade de forma diferente. Afinal, quem disse que ser uma Igreja
sinodal é fácil?
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